São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 1997
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TRECHOS

"Tom Zé já tinha consciência de que sua aproximação com a música era diferente do padrão mais comum. (...) percebeu que não era capaz de fazer uma canção bonita para a namorada. Porém, em vez de desistir da música, encontrou a maneira de transformar o aparente defeito em virtude."
Sobre Tom Zé

"Para Caetano, a imagem dos rapazes da zona sul do Rio de Janeiro, que decalcavam o jazz norte-americano para se sentirem mais 'up to date', mais moderninhos, não tinha nada a ver com a verdadeira bossa nova sintetizada por João Gilberto. A idéia de que a bossa teria vindo para acabar com a suposta chatice da música brasileira dos anos 40 e 50 chegava a irritar Caetano, que pensava exatamente de modo contrário. (...) Havia algo em João Gilberto, desde 'Chega de Saudade', que passava uma espécie de rasteira estética no samba-jazz (...)."
Sobre Caetano e a bossa nova

"(...) era preciso deixar os preconceitos com ritmos estrangeiros ou mesmo com certos instrumentos de lado. Por que não usar guitarras elétricas? (...) Por que não injetar o universalismo e a modernidade da música pop na mais típica música popular brasileira? Mal desembarcou no Rio, Gil foi procurar Caetano para narrar as experiências em Pernambuco e falar de suas novas inquietações musicais. 'A gente precisa fazer alguma coisa, Caetano! Vamos falar com o pessoal!'"
Gilberto Gil descobre em Pernambuco e nos Beatles os motes que levariam ao tropicalismo

"(...) Duprat já se considerava um antimúsico. A idéia de combinar sete notas musicais não o estimulava mais. 'A música acabou', dizia, argumentando que a criação sonora nos moldes tradicionais já não representava um desafio. Porém, com mulher e filhos para sustentar, o maestro não podia se dar ao luxo de deixar de ganhar a vida com o que sabia fazer melhor. (...) O jeito era mudar de língua: trocar a música erudita pela popular."
Sobre Rogério Duprat

"Quase messiânico, Vandré argumentava que, depois dos períodos de grande sucesso de Edu Lobo e, em seguida, de Chico Buarque, chegara o seu momento. Na opinião do compositor, o mercado musical brasileiro comportaria apenas um grande astro por vez e somente ele teria 'a forma e o conteúdo mais adequados ao estágio da esquerda e dos movimentos populares no país', naquele período. Vandré chegou mesmo a propor a Guilherme Araújo que o contratasse, deixando de lado os novos projetos de Caetano e Gil."
Sobre Geraldo Vandré

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