São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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Participação de salário no PIB cai para 38%

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A participação dos salários na distribuição do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país) sob a ótica da renda caiu de 45%, em 1990, para 38%, em 1996.
Já a remuneração do capital (formada principalmente pelos lucros das empresas, além dos juros e aluguéis) aumentou sua participação no PIB, saltando de 33% para 41% no mesmo período.
"Esses números refletem a forma como a renda gerada é repartida", disse Lenildo Fernandes, diretor de Pesquisa do IBGE.
As conclusões fazem parte do novo SCN (Sistema de Contas Nacionais), divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e que substitui o antigo Sistema de Contas Nacionais Consolidadas.
À parte a remuneração do capital (tecnicamente chamada de excedente operacional bruto) e os salários, os outros dois itens que compõem o PIB do ponto de vista da renda ficaram estáveis ou quase: os rendimentos dos autônomos variaram de 7% para 6%, e os impostos líquidos de subsídios mantiveram-se em 15%.
A participação dos salários no PIB iniciou sua curva descendente em 1994 (ano de implantação do Plano Real), quando atingiu 40%, contra 45% em 93. Depois, caiu para 38%, em 95, mantendo-se estável no ano seguinte.
O comportamento da remuneração do capital foi praticamente o inverso. Iniciou sua curva ascendente em 94, quando alcançou 38% do PIB, contra 35% em 93. Depois, passou a 40%, em 95, e finalmente 41%, no ano passado.
No período anterior a 94, esse item aumentara sua participação no PIB de 33%, em 90, para 38%, em 91, mantendo-se estável em 92 e caindo a 35% em 93.
Quanto à produtividade, 96 foi o ano que apresentou maior aumento percentual em relação ao ano anterior: 5,18%.
Entre 90 e 96 as exportações caíram de 8,20% para 7,12%, enquanto as importações saltaram de 6,96% para 9,18%.

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