São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997 |
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Reunião fecha acordo sobre poluentes
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS As emissões dos poluentes considerados causadores do aquecimento global deverão, entre 2008 e 2012, começar a ser reduzidas, em média, em 5,2% com relação aos níveis de 1990. Esse é o consenso a que chegaram representantes de 159 países no 11º dia da reunião sobre mudanças climáticas em Kyoto (Japão)."Esse percentual terá efeito na concentração de gases do efeito estufa na atmosfera", disse o argentino Raúl Estrada, presidente do encontro. O efeito estufa é o aprisionamento de calor na atmosfera por alguns gases que a compõem, como o dióxido de carbono e o vapor d'água. Esse fenômeno é natural. Sem ele, a temperatura média terrestre seria 33°C menor. O aprisionamento do calor pelo efeito estufa é intensificado principalmente pelo aumento da concentração de dióxido de carbono, emitido pela queima de carvão e derivados de petróleo. Outros gases, como os clorofluorcarbonos (CFCs), causadores do buraco na camada de ozônio da atmosfera, também agravam o aquecimento global. O Protocolo de Kyoto, como foi denominado o documento firmado no encontro, prevê níveis diferenciados de reduções para 38 dos países considerados os principais emissores de dióxido de carbono e de outros cinco gases-estufa. Para os países da União Européia, foi estabelecida a redução de 8% com relação às emissões de gases em 1990. Para os Estados Unidos, a diminuição prevista foi de 7% e, para o Japão, de 6%. Para a China e os países em desenvolvimento, como o Brasil, Índia e México, não foram estabelecidos níveis de redução. Próximo do fracasso Mais de 24 horas de discussões ininterruptas foram necessárias para que os países reunidos em Kyoto chegassem a um acordo. Os dez dias inicialmente previstos para a conferência não foram suficientes para que os representes dos países presentes em Kyoto chegassem a um acordo. No último dia, as negociações invadiram a madrugada e a manhã de ontem e um acordo que satisfez a poucos foi elaborado no imprevisto 11º da conferência. "O índice de 6% é muito elevado para o Japão", disse o primeiro-ministro japonês Ryutaro Hashimoto. "Mas, como concordamos com ele, faremos tudo que for possível para cumpri-lo", disse. Além da redução das emissões de gases, o Protocolo de Kyoto estabelece outras medidas, como o estímulo à substituição do uso dos derivados de petróleo pelo da energia elétrica e do gás natural. Texto Anterior: Israel não define retirada da Cisjordânia Próximo Texto: Saiba como emissões podem cair Índice |
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