São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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França inicia julgamento de Carlos, o "Chacal"

MARIANE COMPARATO
DE PARIS

O terrorista mais procurado do mundo nas décadas de 70 e 80, Carlos, o "Chacal", 48, começa a ser julgado hoje, em Paris, pelo assassinato na França, em 1975, de dois policiais e do seu companheiro libanês que o denunciou.
Também será julgado por tentativa de homicídio contra o comissário Jean Herranz, que sobreviveu ao atentado. O "Chacal" poderá ser condenado a 30 anos de prisão. Há cinco anos, antes de capturá-lo, os franceses condenaram Carlos à prisão perpétua.
Illich Ramírez Sánchez -verdadeiro nome de Carlos- nasceu na Venezuela. Seu pai, marxista, incentivou seus estudos em Moscou. Militou, nos anos 70 e 80, em organizações terroristas palestinas.
Uma de suas ações bem-sucedidas foi o sequestro de 11 ministros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), em Viena, em 1975.
Ele foi preso por agentes de inteligência no Sudão, em 94, e levado para a prisão na França, onde passa os dias deprimido e fumando charutos.
A Justiças da Áustria e da Alemanha também já expediram mandados internacionais de prisão contra ele, mas Carlos só poderá ser extraditado para outros julgamentos após cumprir sua pena na França.
A advogada de Carlos, Isabelle Coutant-Peyre, tenta invalidar este julgamento, que considera ilegal. "Ele foi vítima de um sequestro da polícia francesa, que não tinha mandato para prendê-lo no Sudão", afirmou. Segundo ela, seu cliente preparou uma declaração que "será interessante para o mundo inteiro".

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