São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
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300 policiais caçam a 'gangue da batida'

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde ontem, os cerca de 300 policiais da Divisão de Crimes contra o Patrimônio do Depatri (Departamento Estadual de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio) têm como prioridade a captura da "gangue da batida", que age em São Paulo.
Além disso, a Polícia Civil pediu ajuda à Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), que também considera o caso prioritário.
A gangue seria formada por quatro homens. Dois ficam em um carro e provocam um acidente com outro carro, sempre dirigido por uma mulher jovem desacompanhada. Os outros dois ficam em um carro atrás, dando cobertura.
Quando a mulher desce do carro para ver o que ocorreu, é dominada pela gangue, que a leva a um caixa eletrônico para sacar dinheiro. Normalmente, há violência física e sexual. Treze mulheres confirmaram à polícia ter sido vítimas do golpe. A polícia acredita que já aconteceram pelo menos 20 casos.
Na tarde de anteontem, houve uma reunião entre o delegado Godofredo Bittencourt Filho, titular da divisão, e 300 policiais de cinco delegacias subordinadas a ele.
Bittencourt distribuiu retratos falados de dois dos suspeitos a todos os policiais. "Ele falou na reunião que a prisão da gangue da batida é a prioridade número um da polícia. Todos os outros casos das delegacias ficam em segundo plano", afirmou o delegado Édson Soares, titular da 3ª Delegacia de Crimes contra o Patrimônio.
Entre as delegacias que estão na campanha contra a gangue estão as de Roubos e Extorsão e de Roubo a Bancos.
Reunião
Na reunião, em um auditório na Delegacia Geral de Polícia, também foram discutidas estratégias para tentar capturar os assaltantes.
Bittencourt ainda ofereceu uma recompensa à equipe de policiais que conseguir a prisão da gangue: duas semanas de férias na casa do delegado à beira de uma praia no litoral paulista.
"Ofereci esse prêmio para incentivar os policiais. Mas, mesmo antes do prêmio, eles já estavam muito empolgados. Essa gangue mexeu com os brios da polícia", afirmou Bittencourt.
A principal estratégia da polícia para prender a gangue é espalhar policiais femininas à paisana, em seus carros particulares, circulando pelos principais pontos de ação dos criminosos.
Até agora, eles atacaram principalmente nas marginais Pinheiros e Tietê, avenidas Sumaré, Pedroso de Morais, Antártica, Rebouças, Juscelino Kubitschek e Ricardo Jafet, todas nas zonas sudoeste e noroeste da cidade.
Além disso, uma equipe de 24 policiais civis, em seis carros, percorre os mesmos pontos, 24 horas por dia. "Ainda não prendemos, mas pelo menos estamos conseguindo tirar a gangue temporariamente de circulação", disse o delegado Édson Soares.
Bittencourt revelou que enviou à Polícia Militar cópias dos retratos falados dos suspeitos. A idéia é que todos os carros da polícia tenham um retrato para poder identificar os membros da gangue se eles praticarem outros crimes.

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