São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997 |
Próximo Texto |
Índice
Canções natalinas dos anos 30 CRISTINA FONSECA ESPECIAL PARA A FOLHINHA Muitos não sabem, mas três comemorações mereceram a atenção dos cantores e compositores dos anos 30 no Brasil: o Carnaval, as festas juninas e o Natal. Os cantores interpretavam uma música de cada gênero para agradar ao público. Carmem Miranda, além de canções carnavalescas e juninas, imortalizou canções natalinas.Entre elas, "Dia de Natal", de 1935, composta por Hervé Cordovil, que dizia: "Hoje é dia de Papai Noel/ Hoje é dia de Natal/ Vou pedir ao meu Papai Noel/ Pra fazer chegar depressa o Carnaval". Outro sucesso de Carmem Miranda foi "Recadinho de Papai Noel", de Assis Valente, gravado em 1934. Ela cantava: "Tenho um recadinho pra você meu bem/ Rabiscado num pedaço de papel/ É um recadinho à toa/ Recadinho à toa de Papai Noel/ Recadinho que você vai ver/ Que parece de criança que não tem o que fazer". Assis Valente, com a música "Boas Festas", de 1932, gravada um ano depois por Carlos Galhardo, criou o hino de natal brasileiro. Esse compositor baiano é considerado um gênio da música popular brasileira. Nasceu em 1911. Aos 6 anos, pobre e negro, foi seqüestrado para viver numa semi-escravidão com adultos que o adotaram. Trabalhava como empregado doméstico, fazia feira aos sábados e estudava à noite, por "bondade" da família adotiva. Aos 10 anos ficou famoso por discursar em casamentos e batizados. Ele conta que criou "Boas Festas" quando morava em Icaraí, longe da família. "No meu quarto havia um quadro representando uma menina dormindo com um sapatinho -quadro típico de Natal, que logo me impressionou. Pensei na alegria de ser feliz, de não estar só no mundo como então eu me encontrava, e pedi ao Papai Noel uma quantidade de coisas bonitas." Noel não chegou, mas ele ganhou o melhor presente: "Boas Festas". Próximo Texto: Crianças na Internet Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |