São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
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Evandro Jardim imprime solidão em cobre

FERNANDO OLIVA
DA REDAÇÃO

Dizer que a cidade de São Paulo é o tema da mostra que Evandro Carlos Jardim inaugura hoje seria reduzir e limitar o alcance de suas gravuras. Antes de remeter a São Paulo, Jardim fala de solidão.
Solidão dos personagens que vagam sem rumo pelos ambientes insólitos que cria -opção que as 38 obras expostas na galeria Lúcia Ferreira Carvalho vêm confirmar.
Os elementos reconhecíveis de sua poesia urbana incluem o típico "homem-placa" que oferece empregos no centro de São Paulo, a figura que cola cartazes nos postes da cidade e a visão do Palácio das Indústrias, no parque Dom Pedro.
Sua matriz foram chapas de cobre, e os desenhos foram feitos usando técnicas de ponta-seca, água-tinta e água-forte.
O destaque da mostra são as 21 calcogravuras que compõem "Volantes". A série de águas-fortes participou do projeto Arte/Cidade 3 sob a forma de um pequeno caderno que era distribuído para quem viajava no kino-trem (ligação entre a estação da Luz e as antigas indústrias Matarazzo).
Desta vez, impressas sobre papel manilha (rosa e verde, usado como papel de embrulho), as obras foram montadas lado a lado, numa horizontal de três metros, o que empresta certa sensação de movimento à sequência.
Além do urbano, parte das gravuras retoma os temas arquetípicos de Jardim -como pássaros e bules-, formas que ele vem retrabalhando ao longo dos anos.
É a oportunidade de conhecer o trabalho de um dos mais importantes gravuristas do Brasil. A última exposição representativa da obra de Jardim, "Balada da Cidade de São Paulo", aconteceu há seis anos na Pinacoteca. Aos 62 anos, o extenso currículo do artista inclui participação na Bienal Internacional de Gravura (Florença, 1976), Mostra Internacional de Gravura (Tóquio, 1982) e 13ª Bienal Internacional de São Paulo.

Exposição: Evandro Carlos Jardim
Quando: hoje, a partir das 14h; ter a sáb, das 10h às 17h; até 7 de fevereiro
Onde: Lúcia Ferreira Carvalho Escritório de Arte (r. Capitão Antonio Rosa, 271, Jardim Paulistano, tel. 852-1746)

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