São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Palmeiras joga por 'alta' de 60%

DA REPORTAGEM LOCAL

Carro novo, aumento de salário, escola dos filhos, viagem à Disney, status e, principalmente, uma baita satisfação pessoal.
Tudo isso os jogadores do Palmeiras estarão colocando em jogo nesta tarde, contra o Vasco, no primeiro duelo dos finalistas.
Segundo atletas, comissão técnica e dirigentes do clube, o título do Brasileiro equivale a um grande salto profissional e possibilidade de enormes lucros.
"O título causa, no mínimo, uma valorização de 60% no passe dos jogadores campeões", afirma Sebastião Lapolla, diretor de futebol remunerado do Palmeiras.
A Parmalat, patrocinadora do clube e dona do passe da maioria dos titulares do time, afirma que não tem dados suficientes para quantificar a valorização de seu patrimônio com o título.
Mas aposta em lucros com o triunfo na competição.
Os jogadores afirmam que a conquista valeria como bom argumento para dobrar os dirigentes.
"É muito mais fácil renovar um contrato com um campeonato nas costas. Difícil fica quando o time não chega nem a uma final", declarou Velloso, que terá seu contrato com o Palmeiras encerrado no próximo dia 15 de janeiro.
O goleiro afirma que o título também representaria projeção internacional. "Você passa a ter chance de disputar a Taça Libertadores", disse o atleta, referindo-se ao principal torneio sul-americano interclubes.
"A repercussão de ganhar um Brasileiro é grande, até no exterior", disse o meia Zinho.
O atacante Euller, contratado pela Parmalat no meio deste ano, acha que a decisão contra o Vasco vai mexer com sua vida pessoal.
"Praticamente, está em jogo o meu futuro e de meus familiares. Um título a mais no currículo conta muito na hora de negociar com o clube", disse.
Para os novatos, o triunfo significaria adentrar o mercado de compra e venda de jogadores.
"É a nossa grande chance de subir na carreira", disse o zagueiro Roque Jr., 21.
Cléber, companheiro de defesa, concorda com o opinião do aprendiz. "É um salto muito grande. O título melhora a vida do jogador em todos os níveis", disse.
Os atletas palmeirenses esperam o assédio dos clubes estrangeiros, principalmente europeus.
"Quem já tem um mercado aberto, vai ficar com ele mais aberto ainda", disse o meia Alex, revelação do time na competição e que já recebeu neste semestre propostas do Paris Saint-Germain (França) e La Coruña (Espanha).
"Para quem está começando, como eu, o sucesso no Brasileiro é certeza de valorização."
O meia Marquinhos é outro que pode lucrar com o título.
Reserva desde que chegou ao clube, ele tem chance de procurar um novo time numa situação mais favorável, já que pode jogar hoje. O titular Galeano está suspenso.
"Ser reserva incomoda, mesmo ganhando bom salário", afirmou.
Além de melhorar a vida dos atuais atletas palmeirenses, o título do vai dar emprego para outros seis jogadores.
"Se ganharmos, vamos precisar aumentar o grupo para a Taça Libertadores", disse Paulo Russo, diretor de esportes da Parmalat.
Atualmente, o time conta com 24 profissionais.
O primeiro reforço está praticamente definido. É o atacante Paulo Nunes, já contratado pela empresa. Oficialmente, a Parmalat não definiu por qual time o atacante irá jogar: Parma (Itália) ou Palmeiras.
O outro reforço deve ser o meia defensivo César Sampaio. A Parmalat já iniciou contatos com o Yokohama Flugels (Japão), que detém o passe do jogador, na Arábia com a seleção brasileira.

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