São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997 |
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Scolari usa mistério para motivar
DA REPORTAGEM LOCAL Esconder para estimular. Mais do que uma estratégia para confundir o adversário, o técnico palmeirense Luiz Felipe Scolari não revela a escalação do time antecipadamente para manter a motivação de todos os seus jogadores.Na primeira partida da decisão do Brasileiro, hoje, às 18h, contra o Vasco, não seria diferente. Desde que soube que não poderia contar com o volante Galeano, suspenso, o treinador elegeu quatro possíveis substitutos. O quarteto passou a semana entrando e saindo da equipe titular nos treinamentos, sem que houvesse uma definição sobre quem jogaria de fato nesta tarde. Agnaldo, com mais chance, Marquinhos, Eriberto e Wágner são as opções de Scolari. "Vou manter esse mistério até o final para que ninguém perca a motivação. Se revelasse quem iria jogar de antemão, como fiz uma ou duas vezes, haveria acomodação e desânimo por parte de quem não fosse escalado", disse. Ter a confiança de todos os comandados é um dos principais trunfos de Scolari, que fez questão de levar 22 de seus 23 jogadores para a concentração em Barueri (27 km a oeste de São Paulo). Apenas o suspenso Galeano ficou de fora da convocação. Mas por trás do mistério existe também a insatisfação do técnico com os quatro candidatos. Com a saída de Amaral para o Benfica, de Portugal, não restou nenhum jogador no elenco com características semelhantes. Agnaldo é zagueiro. Marquinhos, meia. Wágner, lateral-esquerdo. Eriberto, muito jovem. "Numa decisão, eu prefiro mexer o menos possível. Não gosto de improvisar. Gostaria de manter o padrão que o Palmeiras conseguiu adquirir durante o torneio", afirmou Scolari, lamentando as circunstâncias. Os atletas consideram fundamental vencer o primeiro jogo, em casa, se possível por uma boa vantagem, para conquistar o título domingo que vem, no Rio. "A primeira partida é decisiva para revertermos a vantagem", disse o zagueiro Cléber. Scolari, porém, parece se contentar com uma vitória "magra", por um gol de diferença, marca do time durante as semifinais, quando venceu quatro das seis partidas por 1 a 0. Durante a semana, o técnico testou repetidas vezes o time com apenas um atacante (Viola), substituindo Euller por um volante, um zagueiro ou um lateral. "Numa decisão, ninguém vai jogar bonitinho. Queremos é vencer, não importa por quanto", disse. Outra arma do time são as cobranças ensaiadas de falta. Numa delas, o volante Rogério ameaça o chute direto e toca para o meia Alex, ao lado da barreira, tentar o passe para Viola. Texto Anterior: Partidas na história do Brasileiro Próximo Texto: Técnico mantém ritual e concentração à distância Índice |
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