São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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O filho da Xuxa; Sanção injusta; Ave soberania; Igreja e aborto; Justiça vagarosa; Imprensa livre; Apatia geral; Amigos da onça; Time de aluguel; Sucata; Sindicatos

O filho da Xuxa
"Que a Xuxa vai ter nenê, não é nenhum milagre ou coisa do outro mundo. Ao contrário do que possa parecer, desejo-lhe uma ótima gestação.
Agora, fazer de um fato desses meia página de reportagem e ainda na primeira página, não parece exagerado?
Muito me espanta que um jornal dessa categoria possa perder espaço com futilidades."
Bernhard Kraus (São Paulo, SP)

Sanção injusta
"O ex-presidente Fernando Collor de Mello, por não haver praticado negociata e nem 'compra de votos para os seus projetos', com os 'mandatários infiéis', como são os deputados e senadores, deputados estaduais e vereadores do Brasil, foi 'derrubado' do poder que lhe deram os cidadãos. Embora acusado, por total ausência de provas, foi absolvido das infiéis acusações dos políticos.
Não obstante, os juízes da Corte, estranhamente, mantêm a sanção política. Como cidadão, considero isso um erro lastimável da Suprema Corte."
Orlando Pereira Lopes (Guarujá, SP)

Ave soberania
"Os políticos apelidam o povo de soberano, mas o único momento de soberania do povo é na hora do voto. Então, povo nosso de cada dia, proteja nossa soberania, porque eles (políticos) protegem apenas a soberania do próprio bolso. Outubro vem aí, não se esqueçam disso!"
José Marcelo C. de Gusmão (Governadores Valadares, MG)

Igreja e aborto
"A filosofia abortista é tão fraca em si mesma, que aqueles que a defendem não conseguem fazê-lo sem atacar a Igreja Católica. Já a Igreja Católica possui argumentação clara em defesa da vida e do ser humano, sem necessitar, em seus discursos, atacar a ala abortista, mas somente a filosofia abortista."
Renato de Camargo Barros (Campinas, SP)

Justiça vagarosa
"O editorial de 9/11, sob o título 'Justiça: qual reforma?', comenta que há uma sensação generalizada de que a justiça brasileira é cara, lenta, ineficaz e está sobrecarregada. Não é mera sensação, e, sim, pura realidade.
Falo por experiência própria, pois tenho processo trabalhista em curso há 14 anos e 7 meses.
O problema da justiça parece não estar somente no andar térreo -a primeira instância-, mas, sim, do térreo à cobertura -os tribunais superiores.
Faço votos que a imprensa brasileira continue assumindo as funções de 'corregedores' do Judiciário, noticiando essas aberrações que tanto desmoralizam a justiça."
Roberto Dessart (São Paulo, SP)

Imprensa livre
"Cumprimento a Folha pela postura corajosa e independente adotada no editorial 'A fraude de Pitta e Maluf', na edição de 2/12. É assim que se forja uma imprensa livre e respeitada.
Aqui no Mato Grosso do Sul, por duas vezes tivemos um governador que adotou procedimento semelhante ao da dupla paulista, mas que, infelizmente, não é desmascarado perante os menos esclarecidos pela imprensa daqui, que vive a tecer loas ao moedeiro falso."
Jairo Fontoura Corrêa (Campo Grande, MS)

Apatia geral
"A sociedade moderna passa por uma crise de poder e de identidade. O último sintoma dessa crise, que cresce assustadoramente, é a proposta de lei de um vereador do Rio de Janeiro na qual se proíbe a caridade feita pelo cidadão para com qualquer mendigo nas ruas. Esse vereador alega que tal ato incentiva a mendicância, inviabilizando um processo de crescimento e dignidade do ser humano no exercício do trabalho socialmente necessário -num momento de grande desemprego!
Vejo que o processo democrático atual, dependente do poder econômico, começa a tocar as raias do absurdo.
Tudo se pode esperar nesse momento de perplexidade diante da insensibilidade de alguns políticos. Há um risco muito grande no processo de intervenção na vida individual e social da população. Sinto cheiro de perda de liberdade!"
Bernardo Melgaco da Silva (Rio de Janeiro, RJ)

Amigos da onça
"O Partido dos Trabalhadores descarta alianças preciosas, que poderiam aumentar hoje as remotas chances de vitória no pleito de 98. Lança Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência da República, quando as previsões dos analistas são de nova derrota. O ex-metalúrgico, entretanto, não é o primeiro líder a ser sacrificado para satisfazer vaidades e interesses mesquinhos de parceiros menos qualificados."
Paulo de Souza Cavalcanti (Ribeirão Preto, SP)

Time de aluguel
"Além da decepção com a derrota do Cruzeiro, trouxeram-me tristeza as reportagens veiculadas que o classificaram como 'time de aluguel' e o escracharam literalmente desde o início da campanha rumo a Tóquio."
Carlos Arthur (Belo Horizonte, MG)

Sucata
"Os governantes de plantão estão sucateando sistematicamente os serviços de educação pública, e nós, otários, matriculamos nossos filhos nas escolas particulares; sucateiam a saúde pública, cobrando cinicamente a CPMF, e nós, otários, adquirimos convênios de saúde privada; sucateiam a segurança pública, e nós, otários, contratamos empresas de vigilância particular; sucateiam as ferrovias, já comprovadas em todo o mundo como meio de transporte mais eficiente, rápido e seguro; constroem imensas rodovias sempre esburacadas, e nós, otários, nos suicidamos nelas..."
Jeovah Vitalino de Mello (Bauru, SP)

Sindicatos
"O advogado Ariovaldo Lunardi, em seu artigo intitulado 'A falência da organização sindical', publicado em 12/11, na Folha, na pág. 2-2 (Dinheiro), insiste do começo ao fim num único ponto: a extinção das categorias diferenciadas. E o faz de maneira desastrada e ineficiente. Não aponta, nenhuma vez, eventual prejuízo que os sindicatos diferenciados causariam à sociedade.
O máximo que consegue é afirmar, sem demonstrar, que 'não é possível para empresas administrar empregados (sic) levando em conta as diversas categorias'. Até porque o que se tem visto é justamente o contrário: as empresas sempre administraram e continuam administrando perfeitamente seus negócios.
Por fim, entendemos que a organização sindical brasileira deve mesmo ser reformada em inúmeros pontos. Nenhum deles tratado pelo autor. Por exemplo, uma das principais questões é a extinção do imposto sindical."
Antonio Carlos T. Mattos (São Paulo, SP)

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