São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997
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42% das alfabetizadoras de SP têm formação superior

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase metade (42,5%) das professoras que dão aula da 1ª à 4ª série na rede estadual de São Paulo tem formação superior em pedagogia. Dessas, 88,3% fizeram seu curso em faculdades particulares.
Os dados constam de um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da USP, Unesp, PUC de São Paulo e Unimep de Piracicaba, para subsidiar o Fórum Estadual Paulista de Formação de Professores para as Séries Iniciais do Ensino Fundamental, que ocorre hoje em São Paulo.
As professoras (98% são mulheres) de 1ª a 4ª série são aquelas que alfabetizam as crianças, ou seja, dão a formação básica em português e também em matemática.
Apenas 1,5% das professoras estudaram em Cefams (Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), atualmente considerados uma das melhores alternativas de formação.
O fórum ocorre em um momento particularmente importante para a educação do país. Esta semana, o Ministério da Educação encaminha ao Congresso o Plano Nacional de Educação que, entre outras coisas, fixa a meta de que todos os professores tenham formação superior em dez anos.
Atualmente, a exigência é de que os professores de 1ª a 4ª série (e de pré-escola) tenham apenas formação em nível médio (o magistério, feito em quatro anos no 2º grau).
É aí que começam os problemas. "A formação das professoras ficou meio diluída no ensino médio", afirma Selma Garrido Pimenta, 44, professora titular de didática na Faculdade de Educação da USP e coordenadora do fórum.
O exemplo é a formação dada nas HEMs (Habilitação Específica para o Magistério), que é uma espécie de especialização oferecida em escolas estaduais de 2º grau.
A vantagem dos Cefams é que eles atendem as alunas em período integral e pagam a elas uma bolsa de um salário mínimo por mês para poderem estudar.
Mas essa é também a limitação dos Cefams. "Sai caro", afirma Sonia Penin, coordenadora da Cogesp (órgão da Secretaria de Estado da Educação que cuida das escolas da Grande São Paulo).
O que chama a atenção na pesquisa é a quantidade elevada de professoras dessas séries com formação superior -o que contrasta com o baixo desempenho de alunos em provas padronizadas (leia quadro de cima).
Diante desse quadro, o fórum tenta reunir hoje idéias para nortear as políticas de formação de professores no Estado.

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