São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997
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Smart card vira comanda eletrônica

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O smart card ou cartão inteligente (cartão de plástico com um microchip que permite armazenar dados e dinheiro) está se transformando em uma ferramenta de marketing para empresas interessadas em oferecer um tratamento diferenciado e moderno a seus consumidores.
Apesar de ter sido inventado há mais de uma década e estar difundido em países desenvolvidos, a tecnologia de cartões inteligentes só começou a tomar impulso no Brasil de um ano para cá.
Hoje já existem diversas empresas, entre redes de fliperamas, supermercados e casas noturnas, que utilizam o smart card para se diferenciar da concorrência e para ter uma avaliação on line das preferências de seus clientes.
Em São Paulo, o bar Infarta Madalena está utilizando o smart card para substituir a comanda de papel utilizada pelos garçons.
Ao entrar no bar, o cliente recebe um cartão no qual é registrado seu nome e telefone. Ao atender a um pedido, o garçom passa o cartão em um coletor de dados, que registra o pedido no cartão do cliente ao mesmo tempo em que o armazena. Os pedidos são então descarregados em um computador central, que os envia para a copa ou para o bar.
Caderneta eletrônica
Quando quiser encerrar a conta, o próprio cliente vai até um terminal ou usa o coletor de um dos garçons para obter o total dos seus gastos impresso em um papel para ser pago no caixa.
Segundo Miguel Simões, proprietário do bar, a principal vantagem do uso do smart card em casas noturnas é a descentralização dos pedidos.
"Em um bar informatizado, qualquer queda do sistema utilizado resulta em uma confusão enorme, filas diante do caixa, insatisfação e até revolta entre os clientes", diz ele.
"Com o smart card, esse problema não existe, pois o cliente carrega sua própria conta, como se fosse uma caderneta eletrônica. Como os coletores funcionam a bateria, pode até acabar a luz que as contas continuam sendo processadas."
Para Sergio Portela, diretor da SPM, empresa especializada na implantação de sistemas baseados em smart cards, a utilização dessa tecnologia no Brasil ainda está em fase de divulgação.
"O público ainda não conhece direito as vantagens e as possibilidades do sistema", diz ele. "Mesmo assim, já estamos elaborando projetos para escolas, hospitais e bibliotecas."
O preço do cartão também é um problema, girando em torno de R$ 8 a unidade. "Esse custo deve cair cerca de 70% no ano que vem, quando começaremos a fazer a inserção dos chips no cartão aqui no Brasil", diz Portela.
Combustíveis
Outra empresa que está utilizando os smart cards é a Max Petro, distribuidora de combustíveis.
Os motoristas das empresas clientes da Max Petro podem utilizar os cartões inteligentes em postos conveniados para comprar combustível, peças ou serviços de manutenção.
Segundo Hilder Stutz, diretor da Max Petro, a segurança é um dos principais destaques do sistema.

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