São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Gente que trabalha

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O livro leva o título, pelo que indicou a Globo News, "Brasil: Território, Povo, Trabalho, Cultura". Ultimamente, o que importa é mesmo "trabalho".
É edição do Itamaraty, em várias línguas, para vender no exterior um Brasil que não é só miséria, desemprego, chacina. No dizer do embaixador responsável:
- Com todas as injustiças que há no Brasil, há muitas coisas boas.
Mas nada de mentira.
- É determinação do presidente Fernando Henrique não esconder as mazelas. Mas também fazer um esforço para que vejam que somos uma democracia, ainda que imperfeita, que temos muita gente que trabalha.
Muita gente, mas cada vez menos gente.
*
FHC diz que vai receber os metalúrgicos do ABC algum dia, mas não agora.
- Eu recebo quando for oportuno...
Não esclareceu o que é "oportuno" para ele. E repetiu que se trata de problema isolado etc.
Mas ainda ontem surgia no SBT a secretária-executiva do Ministério da Administração, para falar do recadastramento dos servidores:
- Concluída a análise do novo cadastro, o governo vai definir os critérios pelos quais deve se dar a demissão.
Serão 33 mil, bem mais do que os 10 mil da Volks. E quem vai demitir tem nome -ainda que não seja nem trabalhador nem patrão.
*
Em tempo de demissão para todos, o PT já cuidou dos seus. Sete, no diretório paulista. "Reengenharia", na ironia de Hermano Henning. Vicentinho, da CUT, não gostou mas não questionou:
- Qualquer decisão a ser tomada tem que ser muito refletida, porque demissão não é coisa fácil.
Para quem jamais poderá ser demitido, de FHC a Lula, nem tanto.

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