São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997 |
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Ratos lançam disco mais sujo e agressivo com show no Palace
MARCELO NEGROMONTE
Pesado, mas avançado. "Fazemos um hardcore do estilo europeu, sueco, moderno", disse Gordo. Leia-se som imundo. Na capa, o Bloco da Lama, que sai no Carnaval, em Parati (RJ), em que curiosamente ninguém está rindo. "Parece que o povo está com sangue coagulado." "Carniceria Tropical" nada tem a ver com o livro de Caetano Veloso, "Verdade Tropical". "Nem pensei no Caetano; o nome é em espanhol porque será lançado no exterior." O disco foi produzido pelo "rei da bagaceira", o americano Billy Anderson, que já trabalhou com 7 Year Bitch, Neurosis, Mr. Bungle (a banda paralela de Mike Patton, do Faith No More), entre outros, por indicação de Jello Biafra, ex-Dead Kennedys. "Ainda bem", disse Gordo. "Era para ter sido o Tom Soares, que já produziu o New Kids on the Block, Shelter, essas coisas. Ia ficar muito 'alisabel'." E frescura está há quilômetros de distância do disco que possui só uma música em inglês ("Massacreland", de 93, era todo em inglês). Nada de exaltação à língua pátria ou "resgate de raízes". "Tanto faz inglês ou português. Ninguém entende nada mesmo", disse Gordo. " 'Ideologic Police', a canção em inglês, só está nessa língua porque minhas idéias acabaram e o (baterista) Boka fez a letra." Oswald, Tarsila e Mário de Andrade estão revolvendo nas tumbas. Ro$$i, do Pavilhão 9, aparece, em letra e vocais, em "Pedra", crítica (bem particular) aos impactos do crack na sociedade. "Vendeu o rádio de pilha/Prá conseguir a maldita/Agora se humilha", diz um trecho do rap hardcore. Aperfeiçoando a linha "ninguém entende nada", João Gordo enche a boca de bolo (!) para cantar (?) "Vá se Virar" e "Estilo de Vida Miserável". "Comi um bolo e meio. O produtor não entendeu nada." O resultado é bestial. Texto Anterior: Suicidal Tendencies mostra que está 'vivo' Próximo Texto: Ciclo exibe 'Invasões de Privacidade' Índice |
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