São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997 |
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Mães reconhecem ossadas de crianças
FABIANO ALCÂNTARA
As famílias reconheceram roupas que estavam com as ossadas, encontradas anteontem em um horto florestal que pertence à Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A). Desde agosto de 96, quatro crianças desapareceram na cidade. A polícia acreditava, no início, que se tratasse de um caso de tráfico internacional de crianças ou de venda de órgãos. Segundo o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Rio Claro, Paulo Henrique Nabuco de Araújo, 32, a principal hipótese é que os crimes tenham sido cometidos por um maníaco. Em 84, foi preso Francisco de Marco, conhecido como "Chico Vidraceiro". Ele foi condenado a 70 anos de prisão pela morte de quatro crianças. Segundo Araújo, o responsável pela morte das crianças pode ter se "inspirado" na ação do suposto assassino em série. "Não podemos afirmar com certeza, mas, com o aparecimento das ossadas, as investigações vão ter um caminho certo. O tráfico de crianças e o roubo de órgãos ficam descartados", disse o delegado. Dois funcionários da Fepasa estavam demarcando árvores anteontem às 11h quando encontraram um crânio. Policiais civis e militares foram chamados e encontraram os ossos, que estavam parcialmente enterrados. A perícia fez os exames preliminares nas ossadas. O exame de DNA, que vai identificar as características genéticas dos ossos, será feito pelo IML (Instituto Médico Legal) de Campinas, Piracicaba ou de São Paulo. O delegado da DIG disse que pretende realizar buscas no horto para eliminar as dúvidas de que os corpos das outras crianças estejam enterrados no local. Ontem à tarde, os dois homens que solucionaram os crimes de "Chico Vidraceiro" na década de 80 estavam no horto da Fepasa. Quatro crianças desapareceram em Rio Claro desde agosto de 96, quando a menina A.C.S., 9, sumiu. Depois de A., A.J.S., 7, desapareceu em dezembro de 96. Neste ano, Allyson Nicolau Cristo, 6, sumiu em fevereiro e Daniela Regina Oliveira, 5, em julho. Allyson e Daniela, reconhecidos como as ossadas descobertas pela polícia, moravam no mesmo bairro (Vila Nova). Texto Anterior: 'É coisinha à toa', diz Barros Próximo Texto: 'Ele tem de sofrer como eu' Índice |
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