São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Empresário é morto na porta de sua casa e assassino foge a pé

Segurança da vítima testemunhou crime, ocorrido no PR

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O empresário Júlio César Marino, 54, diretor-presidente do grupo JC Marino, foi morto ontem em Londrina (norte do PR) com três tiros.
A Polícia Civil não descarta a hipótese de que o assassinato de Marino tenha sido um caso de morte encomendada.
O crime aconteceu às 13h15 de ontem, quando Júlio César Marino chegava à sua casa, na rua Farrapos (centro de Londrina).
O segurança Nelson Rodrigues da Silva, 45, foi ferido na perna.
Segundo Silva, um homem moreno de "bigode e cabelos ralos" invadiu o terreno da casa quando o empresário entrava na garagem. Ao sair da garagem, Marino recebeu dois tiros no tórax.
Ao tentar auxiliar Marino, Silva foi atingido na perna pelo homem, que disparou mais uma vez, desta vez contra a cabeça do empresário.
Marino teve morte instantânea. O segurança disse que o homem deixou o local caminhando.
Evidências
Segundo o chefe do Instituto de Criminalística de Londrina, Darci Faria, as evidências do crime levam à hipótese de uma morte encomendada.
Para Faria, o assassino não seria um profissional, "pela forma em que o crime foi cometido, sem a preocupação de ele se ocultar".
O delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina, Wandercy Corral Fernandes, esteve reunido na tarde de ontem com diretores do grupo JC Marino.
José Caetano Perri, 55, amigo pessoal de Marino há 40 anos, disse que o empresário não tinha inimigos.
A polícia, no entanto, descarta a hipótese de assalto, uma vez que o assassino não chegou a entrar na casa do empresário e nem levou o carro dirigido por Marino.
Hoje deverá ser divulgado um retrato falado do assassino, com base em informações do segurança Nelson Rodrigues da Silva.
Até o final da tarde de ontem, a polícia não tinha pistas do autor do crime.
Último desejo Segundo Perri, um desejo do empresário deverá ser cumprido antes de o corpo de Marino ser levado para Catanduva (385 km a noroeste de São Paulo), onde será enterrado.
"Ele sempre disse que queria que levassem seu corpo até Rolândia (norte do PR) para uma última passagem pela indústria de café e que fosse abençoado pelo monsenhor José Agius, da cidade", disse Perri.
Família
Júlio César Marino, viúvo em seu primeiro casamento, era casado com Marta Sampaio, com quem não teve filhos.
Ele tinha duas filhas, Carla e Lúcia Marino, do primeiro casamento com Sônia Marino. As duas trabalham no escritório do grupo em São Paulo.

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