São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997 |
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Salvador e Recife criam pólo contemporâneo no NE
CELSO FIORAVANTE
Quem puxa o movimento são dois museus: o MAM-BA, que inaugurou na última sexta-feira a 4ª edição de seu já consagrado salão, e o recentemente inaugurado Mamam (Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães), em Recife. O MAM da Bahia é dirigido por Heitor Reis, que criou uma fórmula simples e eficiente para o salão anual: inscrições abertas para todo o país, prêmios generosos (seis prêmios aquisição de R$ 10 mil e seis menções especiais de R$ 2 mil) e seleção por um conceituado júri. Os premiados este ano foram Caio Reisewitz (SP), Celso Rubens (SP), Daniel Acosta (RS), José Damasceno (RJ), Maurício Ruiz (RJ) e Vauluizo Bezerra (BA). As menções especiais ficaram para André Lenz (SP), Dora Longo Bahia (SP), Mirella Mostoni (SP), Rosana Monnerat (SP), Marcos Chaves (RJ) e Tatiana Grinberg (RJ). O salão recebeu este ano 1.143 inscrições (250 de São Paulo, 174 do Rio de Janeiro, 166 da Bahia, 127 de Minas Gerais), das quais foram selecionados 58 artistas. O histórico de alguns números das quatro edições do salão serve para verificar a evolução qualitativa do salão. Em sua primeira edição, ainda sem repercussão nacional e sem critérios estéticos definidos, o salão recebeu 335 inscrições da Bahia e 51 de São Paulo. Neste quarto, São Paulo pulou para 250 e a Bahia ficou em 166 (leia texto crítico sobre a mostra nesta página). "Preenchemos um vácuo de 20 anos de arte contemporânea na Bahia e hoje já é possível observar aqui uma identidade no olhar a arte contemporânea. Estamos criando um olhar para a próxima geração e esse nosso trabalho vai se refletir daqui 10 ou 15 anos", disse Heitor Reis. O objetivo do MAM-BA para o próximo ano é intensificar suas relações internacionais. "Definitivamente, já entramos no circuito nacional. O objetivo agora é partir para o circuito internacional, e estamos nos equipando tecnicamente para isso", disse Reis. Para o próximo ano, o museu tenta trazer uma mostra de Yoko Ohno e já mantém contatos com a Bienal de São Paulo para receber parte das mostras internacionais. Também promoverá um workshop-residência de um mês em Salvador com cinco artistas baianos e cinco norte-americanos, selecionados por Dan Cameron, do The New Museum of Contemporary Art (Nova York). Recife A capital pernambucana inaugurou em novembro último -com uma mostra de artistas do Estado- seu Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam). Seu diretor, Marcus Lontra (ex-MAM-RJ), justificou o bairrismo de sua opção de curadoria como uma tentativa de revalorização da cultura local. "Ao contrário da Bahia, Pernambuco sofreu uma desvalorização de sua cultura. A presença do Estado na mídia diminuiu nos últimos dez anos e há apenas três iniciou uma revitalização. A idéia foi chamar a atenção da cidade para o museu", disse Lontra. Atualmente, o Mamam abriga a mostra de gravuras de Goya que passou pela Bienal. "A idéia é criar com o museu um pólo no Nordeste. Podemos criar um eixo que receba e produza grandes mostras." O jornalista CELSO FIORAVANTE viajou a convite do MAM de Salvador e do Mamam de Recife Texto Anterior: Joseph Beuys perpassa toda a mostra Próximo Texto: Baiano se destaca em casa Índice |
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