São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Ministério diz que Congresso 'poderá opinar'

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Há duas comissões com estudos de padronização para a TV digital. Uma é propriamente das redes, o Grupo Técnico Abert/SET, que tem como coordenador o diretor-técnico da Globo.
Outra é do Ministério das Comunicações, a ComTV (Comissão Assessora para Assuntos de Televisão), presidida por Mauro Assis. É ela quem que vai dar a avaliação oficial a ser seguida, provavelmente, pelo ministro Sérgio Motta.
"É uma comissão aberta", diz Assis, sublinhando a participação "de todas as grandes redes" e "da indústria". Quanto ao Congresso, poderá "opinar".

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Folha - O sr. tem previsão de quando sai a decisão quanto ao padrão da TV digital brasileira?
Mauro Assis - É provável, uma vez que os dois sistemas que estão em, não digo em competição, mas disponíveis no mercado internacional são o americano e o europeu, que ao longo de 98 se chegue a uma conclusão. A meta é 98.
Folha - Nos EUA, surgiu polêmica em relação aos canais. É como se as emissoras ganhassem cinco novas concessões. Isso está sendo discutido?
Assis - Olha, isso no momento não está sendo considerado. Existem outros aspectos que devem ser considerados primeiro, como uma análise cuidadosa dos dois sistemas, independentemente do número de canais, do problema de como seria a distribuição desses canais aqui no Brasil.
Agora, se não me engano, não são seis canais. O número que eu tenho na cabeça é quatro.
Folha - Depende da compressão.
Assis - Depende da qualidade que se deseja. Seriam quatro canais digitais, apresentando cada um a qualidade do analógico atual.
Folha - O Congresso dos EUA exigiu uma espécie de troca, em que as emissoras teriam a TV digital desde que se comprometessem a transmitir TV de alta definição. Isso está sendo discutido aqui?
Assis -Não. Nós estamos partindo do princípio de que o canal terá como objetivo maior a transmissão de HDTV (TV de alta definição, que toma todo o sinal digital). Ainda não foi considerado como o canal poderá ser aproveitado de outras maneiras.
Folha - O Congresso brasileiro tem participado das discussões? Não vai ser chamado a participar?
Assis -Olha, provavelmente. A política do Ministério é, antes de uma coisa se tornar, enfim, aplicável, se tornar uma lei, enfim, uma portaria estar devidamente aprovada... É feita uma consulta pública. Então, antes de qualquer posição final a respeito, do Ministério, deverá ser lançada uma consulta pública. E todos poderão opinar.

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