São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997 |
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Clinton tira prazo de tropas na Bósnia
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Há 8.500 militares norte-americanos na Bósnia, de um total de 34 mil da Otan. "O progresso na Bósnia (em direção à paz) é inquestionável, mas não irreversível", disse Clinton, para justificar a decisão. Embora tenha afirmado não acreditar que forças dos EUA se tornem presença permanente na Bósnia, Clinton evitou responder a uma pergunta sobre se elas ainda estariam lá quando o seu mandato presidencial se encerrar, em 2001. Clinton vai visitar os soldados de seu país estacionados na Bósnia na próxima segunda-feira e está convidando parlamentares da oposição e do governo para acompanhá-lo. Ele reconhece que precisa do apoio do Congresso e da opinião pública para a sua decisão. Diversas pesquisas mostram que a maioria dos norte-americanos prefere que os soldados retornem ao país no prazo previsto. O Partido Republicano, de oposição, que controla as duas casas do Congresso, também defende essa posição. As forças de paz na Bósnia começaram a operar em dezembro de 1995. Tinham prazo de um ano para encerrar a sua missão. Em 1996, seu mandato foi ampliado por outros 18 meses, mas o número de soldados diminuiu dos 60 mil originais para os 34 mil de agora. Clinton disse que a Otan vai decidir sobre o tamanho e as funções das tropas nos próximos meses, para garantir os termos do acordo de paz firmado em Dayton, Ohio, Meio-Oeste dos EUA, em 1995. Embora a economia na Bósnia tenha melhorado graças aos bilhões de dólares que estão sendo injetados pelos EUA e países da Europa Ocidental, as disputas ideológicas entre sérvios, croatas e muçulmanos continuam. Só a presença das tropas da Otan impede o retorno da violência no país. Ainda há cerca de 700 mil refugiados fora da Bósnia. Em torno de 340 mil retornaram nos últimos três anos. A maioria dos sérvios continua defendendo a anexação de parte do país pela Sérvia. O sentimento separatista também permanece forte entre os croatas. Um dos problemas mais importantes na Bósnia é a questão dos acusados de crimes de guerra, como o líder sérvio Radovan Karadzic. Clinton se recusou a discutir a possibilidade de as tropas da Otan serem utilizadas para prender Karadzic e outros, como muitos defendem nos EUA e na Europa. (CELS) Texto Anterior: Condecoração 'não paga contas', diz veterano Próximo Texto: Acusados de crime são presos Índice |
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