São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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São Paulo reage contra 14º lugar em ranking

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo quer que o Ministério da Saúde explique os critérios que empregou para colocar São Paulo em 14º lugar no ranking do gerenciamento do sistema de saúde. A pesquisa foi divulgada há duas semanas.
Segundo o secretário José da Silva Guedes, a avaliação não corresponde à realidade do Estado. "Não fomos ouvidos para essa avaliação", disse ontem no encerramento de um curso de gestão para secretários municipais da saúde. De acordo com Guedes, se São Paulo estiver em 14º, a saúde do país "seria excelente". "Nosso trabalho é bem feito", afirmou.
São Paulo tirou nota 4,9 na avaliação da capacidade de gestão que considerou itens como normas gerais do sistema, assistência hospitalar e ambulatorial, e controle, avaliação e auditoria.
O relatório do ministério aponta falta de controle no atendimento ao recém-nascido em sala de parto e a inexistência de supervisão permanente em hospitais de alta complexidade.
São Paulo recebeu nota 3 para a atuação e organização do Conselho Estadual de Saúde, enquanto o Estado da Bahia ficou nota 10 para este item. Segundo a assessoria de Guedes, nada justifica essa disparidade nas notas.
A avaliação geral classificou o Paraná em primeiro lugar com nota 8,4. Minas Gerais e Mato Grosso empataram em segundo, com 8,1.
O ex-ministro da Saúde Adib Jatene criticou ainda a equipe econômica do governo pela redução no orçamento da saúde. De acordo com seus cálculos, o orçamento para 1998 deveria chegar a R$ 28 bilhões com a CPMF, mas não vai passar dos R$ 19 bilhões. Jatene disse que a equipe econômica lida com "macroeconomia, por isso não tem noção das desigualdades em saúde". Jatene foi aplaudido de pé pelos secretários municipais.
O curso para gestores, encerrado ontem, deve ser retomado em 98 com cerca de 300 vagas. A intenção da Secretaria da Saúde é oferecer o curso para todos os secretários municipais da Saúde do Estado.

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