São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Risco de epidemia de gripe divide cientistas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois dos principais centros de pesquisa de doenças contagiosas do mundo têm opiniões contrárias sobre a possibilidade de a chamada gripe das aves, de Hong Kong, se transformar em uma pandemia, ou epidemia generalizada.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), de Atlanta, afirmam que não há evidências de que essa gripe, causada pelo vírus H5N1, seja transmitida de pessoa para pessoa, o que facilitaria seu alastramento.
No entanto, Jean Claude Manuguerra, virologista do Instituto Pasteur, de Paris, na França, disse ontem que "todos os ingredientes estão reunidos para uma epidemia global da gripe das aves".
"As primeiras observações indicam que o vírus não se transmite facilmente, mas esse tipo de vírus se modifica rapidamente e pode dar origem a um outro tipo que se transmita de maneira mais fácil", afirmou Manuguerra.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou ontem que o vírus causador da gripe das aves não se espalha facilmente e que não há necessidade de vacinas nem de restrições de viagens para a região de Hong Kong.
Daniel Lavanchy, especialista em vírus da gripe da OMS, deveria chegar a Hong Kong ontem para se juntar ao grupo de cientistas dos CDC que estuda as formas de transmissão da gripe das aves.
Apesar de não haver indícios de que a doença se transmita de uma pessoa para outras, a OMS afirmou que cientistas estão trabalhando para, se necessário, produzir uma vacina.
Cerca de 2.000 amostras de sangue foram coletadas em Hong Kong para investigar a extensão da infecção.
Ontem o Departamento de Saúde de Taiwan tomou várias medidas para evitar o contágio da população com o vírus H5N1.
Cartazes foram colocados nos aeroportos aconselhando pessoas que viajam a Hong Kong a não permanecerem em locais públicos, evitar contato com aves e procurar um médico se houver qualquer sintoma de doença.

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