São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997 |
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Acordo só interessa às pequenas empresas
MAURICIO ESPOSITO
Na semana passada, a primeira após a assinatura do acordo, sindicatos de metalúrgicos da região do ABC paulista -filiados à Força Sindical- receberam pedidos de informação sobre a proposta somente de pequenas empresas. As indústrias de autopeças de grande porte, de acordo com as entidades, afirmaram não ter necessidade de implantar o acordo neste momento. A razão é que elas têm estrutura financeira suficientemente sólida para atravessar algumas semanas de vendas em queda sem precisar mexer na folha salarial. "Algumas empresas de autopeças estão preparadas para enfrentar queda de até 25% nas vendas neste início de ano", afirma Pedro Eberhardt, presidente da Arteb, fabricante de faróis e lanternas. "Janeiro e fevereiro sempre foram meses mais fracos e estamos preparados para o período", disse o empresário, que já foi presidente do Sindipeças. O advogado Drausio Rangel, que negociou o acordo com a Força Sindical, em nome do Sindipeças, reconhece que a adesão ocorrerá depois que as empresas avaliarem o ritmo de produção das montadoras neste início de ano. O Sindipeças mantém a estimativa de 70% de adesão ao acordo. "Até março as coisas continuam difíceis", disse Rangel. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, da região do ABC paulista, das cerca de 20 empresas de autopeças da sua base de atuação, apenas uma formalizou a adesão ao acordo. Em Santo André, também na região do ABC paulista, existem cerca de 150 empresas de autopeças e apenas as de pequeno e médio porte procuraram o sindicato em busca de informações sobre o acordo. "A questão é que as pequenas empresas têm problemas de caixa e o acordo pode não resolver essa dificuldade", avalia Adônis Bernardes, do sindicato. Em uma assembléia realizada na terça-feira passada pelo Sindipeças, para esclarecer dúvidas das empresas sobre o acordo, mais uma vez ficou claro que, neste momento, o acordo despertou interesse somente das pequenas empresas. O Sindipeças reúne 530 indústrias associadas e, de acordo com estimativas da entidade, 30% do faturamento do setor, em torno de US$ 16 bilhões neste ano, vem de 70% das empresas. Texto Anterior: Embraer vende mais dois jatos para Portugal Próximo Texto: Primeira tentativa do Sindipeças é rejeitada Índice |
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