São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Profissões tradicionais exigem trajes clássicos

DA REPORTAGEM LOCAL

Montar o guarda-roupa de verão exige uma atenção especial. O modo de se vestir dos funcionários reflete, muitas vezes, os princípios da empresa, bem como o estilo dos sócios. É fundamental perceber esse padrão de vestuário para, a partir daí, fazer suas adaptações.
Segundo Clemência Beatriz Wolthers, 57, advogada e sócia do tradicional escritório de advocacia Pinheiro Neto, que atua na área há 30 anos, a advocacia é a mais formal das profissões.
Os homens, "chova ou faça sol", precisam estar de traje social. "Ninguém nem pensa em abrir alguns botões da camisa e tirar a gravata", afirma a advogada.
Para as mulheres, o mais recomendado é que vistam saia para ir ao fórum ou aos tribunais. "Roupa de advogada é saia e calça com blazer, tailleur ou um vestido discreto com um casaquinho leve."
Durante sua carreira, só precisou chamar a atenção de duas pessoas que trabalhavam com ela. "Dei algumas dicas de aspecto e postura."
Se uma advogada fosse ao encontro de um cliente com roupas justas ou brilhosas, diz ela, ele pediria a substituição imediata.
Na agência de publicidade Lowe Loducca, os ares são outros. Segundo Cristiane Maradei, 38, sócia e diretora de criação, quem trabalha em criação e redação e não sai muito da agência pode escolher trajes mais informais e práticos. "Aceitamos até jeans, desde que não esteja rasgado, e camiseta."
A grande gafe cometida pelas mulheres no verão, na análise de Cristiane, é usar roupa transparente com o sutiã aparecendo.
"No trabalho não dá para exagerar porque estão envolvidas muitas pessoas, que podem acabar perdendo a concentração."
No setor de atendimento, os funcionários devem estar preparados. "Sempre pode haver um encontro com cliente de última hora." O ideal, nesses casos, é que o homem sempre tenha um paletó à mão e as mulheres vistam roupas mais sóbrias, preferencialmente saias na altura dos joelhos.
Para Cristina Aiach, 30, gerente de recursos humanos do banco Merrill Lynch, em um banco é fundamental prezar a elegância.
Não há nada imposto, mas mulheres vestem tailleur e meia-calça e homens precisam vestir terno e gravata. "O padrão é tão forte que não é preciso chamar a atenção dos funcionários. Mesmo os mais novos, como os trainees, acabam assimilando o estilo."
Até no "casual day" (dia em que os empregados do setor financeiro vestem-se com informalidade, geralmente às sextas-feiras) o jeans, a camiseta e o tênis são proibidos. "Para aqueles que tiverem encontros com clientes na sexta-feira o dia casual não existe."
Para Mauro Y. Enokihara, 41, dermatologista da Universidade Federal de São Paulo, as roupas de algodão e linho e as de cores claras são as mais indicadas para evitar alergias de pele. "Algumas pessoas são alérgicas às tinturas usadas nas roupas."
O poliéster também não é indicado. Retém muito suor e pode causar coceiras e mau cheiro.

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