São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997 |
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Com Zappa, qualquer coisa podia acontecer
FÁBIO MASSARI
Na tradicional festa organizada pela banda-tributo brasileira The Central Scrutinizer Band, o grande destaque é a presença do grande Ike Willis. Natural de St. Louis, o guitarrista e vocalista acompanhou Zappa desde o final dos anos 70 até praticamente o fim. Willis foi o barítono biônico de várias formações zappianas, o Joe do clássico "Joe's Garage", o protagonista do ambicioso projeto de Zappa, "Thing Fish". Existe a possibilidade de o show de Willis com a Scrutinizer virar um disco ao vivo, com lançamento pelo selo Muffin Records. Às vésperas de sua apresentação com a banda brasileira, o músico conversou com a Folha. * Folha - Como você foi parar na banda de Zappa? Você ouvia seus discos? Ike Willis - O primeiro disco que ouvi de Frank foi "Freak Out", quando eu tinha uns 10 anos. Só o conheci em 77, na época da escola. Fiz com que um amigo me colocasse próximo a Frank. Foi durante a turnê de lançamento do álbum "Sheik Yerbouti". Depois do show fui apresentado e Zappa perguntou se eu sabia fazer alguma coisa. Eu disse que arranhava a guitarra, cantava um pouco e tudo começou aí. Folha - Muita gente diz que era difícil trabalhar com Frank. Era? Willis - Acho que não. Ele exigia muito dos músicos, é verdade. É como aquele professor durão que você tem na escola, mas no fim das contas era divertido. Pelo menos para mim era. Frank sempre me deu liberdade. Folha - E lá em cima do palco? Qualquer coisa podia acontecer... Willis - Absolutamente qualquer coisa. A regra era essa: qualquer coisa, a qualquer hora, sem motivo algum. Tínhamos que prestar atenção nele, em seu rosto, em suas mãos... Mas é bom lembrar que, para cada turnê, ensaiávamos por 3 ou 4 meses, para show de 2 a 3 horas de duração. Folha - Você tem tocado com bandas de tributo a Zappa, de vários lugares do planeta, em vários lugares do planeta. Que avaliação você faz do culto a Zappa? Willis - Certamente os dois maiores cultos musicais do planeta são o culto ao Grateful Dead e a Frank Zappa. E de 70 a 80% dos "deadheads" são fãs de Zappa. A diferença é que num show de Zappa as pessoas vão só para se divertir. E para aprender. Texto Anterior: Show celebra obra de Zappa Próximo Texto: 28 peças saem de cartaz Índice |
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