São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Marrey tenta levantar suspensão do inquérito do Frangogate no TJ

DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, entrou ontem com um recurso no Tribunal de Justiça solicitando que seja reiniciado o inquérito policial que investigava o escândalo do Frangogate.
O inquérito foi suspenso no último dia 12 pelo 2º vice-presidente do TJ, Amador da Cunha Bueno Netto, que concedeu habeas corpus a pedido do advogado do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB).
O inquérito investigava a suposta venda de frangos superfaturados por parte de empresas de parentes de Maluf para a prefeitura.
O habeas corpus foi solicitado pelos advogados de Maluf em nome do ex-prefeito, de sua mulher, Sylvia, e da filha do casal Ligia. O marido de Ligia, Maurilio Curi, também foi beneficiado.
A decisão também atingiu o prefeito Celso Pitta e sua mulher, Nicéa, que seriam ouvidos no inquérito na qualidade de testemunhas.
No recurso entregue ontem ao TJ, Marrey argumenta que o Ministério Público tem o direito de investigar supostos crimes. Para ele, a decisão provisória foi "manifestadamente equivocada".
Ainda para ele, os advogados de Maluf, ao solicitarem o habeas corpus, queriam "uma absolvição antecipada, por uma acusação que ainda nem foi formulada".
No final do recurso, Marrey diz que a manutenção do habeas corpus acarretará "evidente risco de lesão grave e de difícil -em verdade impossível- reparação".
O desembargador fundamentou sua decisão na afirmação de que o inquérito policial é "inócuo": "Desnecessária e inócua a instauração de inquérito policial, de vez que todas as provas eventualmente necessárias para a instauração da ação penal vêm se produzindo no inquérito civil".
Cunha Bueno afirmou ontem, por sua assessoria, que não iria comentar o recurso de Marrey.

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