São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997 |
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Assaltantes são reconhecidos por 22 vítimas
DA REPORTAGEM LOCAL Dois integrantes da "gangue da batida" -grupo que bate no carro para assaltar principalmente mulheres- presos no sábado à noite, Antônio Augusto de Carvalho, 35, e Robson de Jesus Garcia, 19, foram reconhecidos oficialmente por 23 pessoas -22 vítimas e uma testemunha.Os 11 primeiros reconhecimentos ocorreram entre a noite de sábado e a tarde de domingo, no Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais). Os outros 12 foram ontem. Pelo menos duas outras vítimas, L., 47, e P., 21, reconheceram os dois por fotos publicadas nos jornais. Segundo a polícia, duas vítimas também reconheceram Sérgio Henrique Lopes Baiza, 23, cunhado de Garcia, que foi preso junto com os outros dois. No entanto, a vítima não soube dizer se a mulher era a namorada de Carvalho, Maria Vitória da Silva, 39, que também está presa. Segundo a polícia, das 22 vítimas que já estiveram no Depatri, pelo menos uma foi estuprada durante o assalto. A maioria das outras mulheres foi agredida e sofreu algum outro tipo de abuso sexual. A Folha presenciou ontem o reconhecimento feito por três vítimas. Elas ficam numa sala separada e olham os presos por um buraco aberto na parede. As três se mostraram bastante abaladas após olhar para os presos. Duas delas choraram. Situação semelhante aconteceu com a publicitária P., 34, a primeira vítima que reconheceu Garcia e Carvalho, ainda no sábado à noite. "Assim que eu os vi, minhas pernas tremeram e eu precisei sentar. Os policiais me trouxeram água e eu olhei de novo. Senti uma mistura de alívio e de raiva. Alívio por vê-los presos e raiva por tudo o que fizeram comigo e com as outras mulheres", disse. P. foi também a vítima que ajudou a polícia a fazer os retratos falados dos dois homens. O retrato de Carvalho ficou mais parecido com a realidade do que o de Garcia, que saiu mulato no retrato -na verdade ele é branco. "Fazer o retrato leva cerca de quatro horas e é muito complicado lembrar de tudo", disse P. Carvalho e Garcia admitem ter praticado os roubos, mas negam qualquer tipo de agressão ou abuso sexual contra as vítimas. Carvalho e Garcia também estão sendo acusados de uma tentativa de latrocínio -roubo seguido de morte-, ocorrida no último dia 9. Segundo a polícia, os dois abordaram um casal com a tática da batida e atiraram no dono do carro, W., que está internado e já passou por uma cirurgia. A mulher de W. reconheceu os dois presos ontem. Texto Anterior: Cai número de apreensões de cocaína e de maconha no Rio Próximo Texto: Policiais são premiados Índice |
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