São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997 |
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Partido caminha ao monopólio do poder
RODRIGO LEITE
Mandela, Nobel da Paz de 1993, deve agora se tornar uma espécie de "árbitro" das grandes questões políticas do país e do continente. Ele ainda goza de grande popularidade no país e conseguiu uma boa nota B na avaliação anual do "Mail and Guardian" -segundo o jornal, o presidente perdeu tempo encaminhando a ascensão de Mbeki, mas mantém sua capacidade de reconciliação. O que estimula Mandela a deixar o poder é a certeza de que seu candidato será eleito. Ninguém acredita que Thabo Mbeki perderá a eleição de 1999, e nenhum dos outros partidos (principalmente o branco Partido Nacional e o Partido da Liberdade Inkatha, da etnia negra zulu) apresentaram até agora uma candidatura viável. Ao menos por enquanto, o CNA parece rumar para ser uma versão local do PRI, o hegemônico Partido Revolucionário Institucional mexicano, cujas decisões internas há sete décadas se confundem com as mudanças na política nacional. A principal discussão na convenção do CNA foi a escolha do novo vice-presidente do partido, que também deve se tornar o novo vice-presidente do país e, talvez, o sucessor de Mbeki. A ex-primeira-dama Winnie Mandela era candidata. Sob fortes suspeitas de desrespeito aos direitos humanos, acabou perdendo a vaga para o candidato de Mbeki, Jacob Zuma. A avaliação da maioria dos analistas é que o CNA conseguiu superar suas divisões no seu 50º congresso. O partido também aprovou o programa Gear (marcha, em inglês, um acrônimo para "crescimento, economia e redistribuição"). É o nome do projeto econômico que já está sendo conduzido pelo governo, mas ainda sem resultados expressivos na superação das diferenças sociais. (RL) Texto Anterior: Mandela tem 'tecnocrata frio' como herdeiro Próximo Texto: Satélite-espião pode ser usado via Internet Índice |
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