São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Eleição x economia; Cota Papai Noel; Conflito à vista; Timing da mudança; Momento delicado; Discurso de 95, 96 e 97; Vai ser difícil; Sondagem; Presente paulista; Canetada na população; Desabafo pefelista; Blefe; Fugindo do isolamento; Dos arquivos

DOS ARQUIVOS

Eleição x economia
Uma batalha que é travada surdamente no governo deve ganhar publicidade em janeiro. Aliados de FHC, como ACM e Luís Eduardo, querem uma queda mais rápida da taxa de juros. Malan e Gustavo Franco preferem a política de conta-gotas.

Cota Papai Noel
A última baixa na taxa de juros foi decidida após uma pressão de políticos sobre FHC, em detrimento da avaliação da equipe econômica. O presidente cedeu ao argumento de que era preciso sinalizar antes do Natal que os juros continuariam a cair.

Conflito à vista
O PFL começará 98 pressionando FHC de novo. O partido avalia que a curva do desemprego tem que começar a cair até abril. O choque com a equipe econômica promete ser frontal.

Timing da mudança
Aposta dos pefelistas: FHC aproveitará a troca dos ministros para acelerar a queda dos juros. O PFL defende a ida de políticos para o ministério, mas admite um técnico no Planejamento -desde que ele não seja um aliado incondicional de Malan.

Momento delicado
Crítico do governo, Delfim Netto, dessa vez, concorda com a equipe econômica na política de juros. "Não dá para brincar. No primeiro sinal de que o governo vai fraquejar, pode acontecer um desastre", prevê.

Discurso de 95, 96 e 97
O PSDB promete começar 98 puxando FHC para a esquerda. "Ele só amplia à direita", diz um cacique tucano, citando a recusa em receber a CUT, ligada ao PT, e o elogio à Força Sindical, que tem laços fortes com o PFL.

Vai ser difícil
Tucanos candidatos a governador, senador e deputado temem que o PSDB não se diferencie dos aliados, especialmente PFL e PPB, na hora da eleição de 98. Por isso, tentarão fazer FHC ao menos piscar para a esquerda.

Sondagem
O ex-ministro Henrique Hargreaves, escudeiro de Itamar Franco (PMDB), andou se reunindo com lideranças regionais de Minas Gerais recentemente.

Presente paulista
Se Covas não vetar emenda que beneficia empresas devedoras de ICMS, a deputada Carmo Piunti (PSDB) entrará com mandado de segurança na Justiça. Apoiada por alguns covistas, ela foi aprovada no penúltimo dia de votação da Assembléia.

Canetada na população
Quando debatia com Luiz Carlos Mendonça de Barros (BNDES) empréstimos para a cidade de São Paulo, o prefeito Pitta disse que tinha poucas garantias a dar em troca. Uma delas seriam as multas de trânsito que viriam a ser aplicadas.

Desabafo pefelista
No último jantar com tucanos, no qual selou a paz com FHC na briga do pacote fiscal, ACM falou em alto e bom som que o filho Luís Eduardo Magalhães deveria cuidar mais da Bahia. Deveria seguir seu exemplo e se interessar mais pelo Estado.

Blefe
Depois do erro da Receita de incluir um novo tributo no pacote fiscal do governo, políticos pró-FHC entenderam frase que ouviram do secretário Everardo Maciel: "Eu jogo pôquer sem cartas". Às vezes perde.

Fugindo do isolamento
Tucanos ficaram surpresos com a defesa que Paulo Renato (Educação) faz da ida de André Lara Resende para o ministério. Como ele anda bem chateado com Pedro Malan, Antonio Kandir e Gustavo Franco, dizem que estaria buscando aliados.

Final de ano, hora de olhar para trás. De FHC, em entrevista premonitória à Folha em fevereiro de 91: "Vou dizer uma heresia: ministro da Economia tem que ser político". A idéia valeu para ele, em 93. Mas deixou de valer em 95, após sua posse.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
- O Medeiros é companheiro de eleição do chefão dos empresários (está no PFL junto com Moreira Ferreira, presidente da Fiesp). Como é que ele pode negociar em nome do interesse dos trabalhadores?

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