São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Laudo diz que 5 detentos foram baleados na cabeça no Ceará

IML informa como presos foram mortos em rebelião na 5ª

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Pelo menos cinco dos sete detentos mortos a tiros pela Polícia Militar durante rebelião no Presídio Paulo Sarasate (na região metropolitana de Fortaleza), na última quinta-feira, foram baleados na cabeça. No total, oito pessoas morreram durante a rebelião.
A informação consta dos resultados preliminares do laudo feito pelo IML do Estado, divulgado ontem. O documento mostra também que pelo menos quatro detentos receberam tiros pelas costas.
Na manhã de ontem, o secretário da Segurança do Estado, Cândido Vargas Freire, havia informado que nenhum dos sete detentos mortos durante a ação da PM havia sido baleado à queima-roupa. O secretário também havia dito não saber se algum dos detentos havia sido baleado pelas costas.
Nenhum dos sete detentos mortos foi atingido à queima-roupa, diz também o laudo. Mas alguns dos disparos foram feitos a uma distância de cerca de um metro.
Com base no laudo, não é possível afirmar se os detentos foram ou não executados, diz o legista Luiz Eduardo Callado.
O resultado final do laudo deve estar pronto e ser divulgado até sexta-feira, segundo Callado. Os exames feitos pelo IML não podem, segundo ele, concluir se, ao serem atingidas, as vítimas estavam imóveis ou em movimento, deitadas ou de pé. "Só a prova testemunhal pode indicar", afirmou.
Entidades de defesa dos Direitos Humanos do Ceará, entre elas a Arquidiocese de Fortaleza, reivindicam que toda a perícia do caso seja realizada por profissionais de outro Estado. Anteontem, à noite o governo anunciou medidas para evitar novas rebeliões.

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