São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Para governo do CE, laudo nega morte à queima-roupa de presos

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Um laudo preliminar do IML (Instituto Médico Legal) do Ceará nos oito detentos mortos na rebelião no presídio Paulo Sarasate (região metropolitana de Fortaleza) aponta que nenhum dos sete detentos mortos a tiros pela PM foi baleado à queima-roupa.
A informação foi dada pelo secretário da Segurança do Estado, Cândido Vargas Freire. Ele disse que não sabia se algum dos detentos havia sido baleado pelas costas.
Entidades de defesa dos Direitos Humanos do Ceará -entre elas a Arquidiocese de Fortaleza- reivindicam que toda a perícia do caso seja realizada por profissionais de outro Estado.
"Os exames feitos aqui ficam, de certa forma, sob suspeição, já que os responsáveis são ligados ao governo do Estado", disse o deputado Mário Mamede (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia.
A rebelião durou 25 horas e terminou na quinta-feira à tarde. Três reféns ficaram feridos.
O laudo, ao qual a Folha não teve acesso, rebate acusação feita pela refém Eunízia Barroso, que disse ter visto fugitivos serem mortos após estarem rendidos, deitados no chão.
Anteontem à noite o governo do Estado anunciou três medidas para tentar conter novas rebeliões no Paulo Sarasate.
A primeira é que a partir de agora só os parentes dos detentos poderão entrar no presídio sem escolta da polícia. A segunda será a instalação de detector de metais e esteira eletrônica na entrada.
A terceira medida será a abertura de concurso para a contratação de 160 agentes prisionais para o presídio, que hoje conta com 37 agentes para 882 presos.

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