São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Mercado segurador cresce 20% com fusões

VANESSA ADACHI

da Reportagem Local
O mercado segurador brasileiro deve fechar 97 com crescimento próximo a 20% em seu faturamento e, mais do que nunca, foi alvo de interesse de investidores nacionais e estrangeiros.
Segundo levantamento feito pela KPMG, até novembro, 23 operações de fusões e aquisições foram fechadas no setor segurador, o que inclui, na maioria, seguradoras e também algumas corretoras e empresas de capitalização.
Isso coloca o segmento entre os mais ativos em fusões e aquisições no ano. Até setembro, de acordo com a KPMG, o setor segurador era o segundo colocado no ranking, atrás de instituições financeiras (com 30 operações) e alimentos, bebidas e fumo (também 30).
Em 1993, ocorreu apenas uma operação. O número passou para oito em 94, nove em 95 e chegou a 16 em no ano passado.
No Real, o dobro
"O mercado segurador brasileiro mais que dobrou de tamanho desde a implantação do Real (em julho de 94), o que tem atraído grupos nacionais e do exterior", diz o sócio da KPMG Corporate Finance, David Bunce.
Se o maior faturamento é o que impulsiona o interesse dos investidores, é ele também que motiva as companhias existentes a buscar um sócio ou vender o controle.
"O crescimento dos negócios leva a uma necessidade de aporte de capital", explica Bunce.
Tudo indica que o processo de aquisições entre seguradoras terá continuidade em 98, embora em menor quantidade.
"As maiores fusões já aconteceram, mas algumas companhias ainda serão alvo de compra ou fusão. As seguradoras pequenas, por exemplo, ou se regionalizam e buscam um nicho específico, ou tenderão a ser absorvidas por grupos maiores", avalia a consultora Elizabeth Rudge, da TRR Seguros.
David Bunce concorda com essa tese e acredita, ainda, que em 98 há boas chances de alguns grandes grupos seguradores nacionais seguirem o caminho da Sul América e da Unibanco Seguros.
Ambas fizeram joint ventures, com as norte-americanas Aetna e AIG, respectivamente, mas mantiveram o controle acionário.
Segundo ele, as candidatas são aquelas entre as 20 maiores seguradoras do país que ainda não têm um parceiro estrangeiro. Isso inclui nomes como Itaú, Porto Seguro, Marítima, Minas Brasil e Real.
O maior negócio da estação foi o da Unibanco Seguros com a AIG, realizado em setembro. Na ocasião, foi informado que a AIG faria um investimento de US$ 500 milhões.
R$ 15,2 bilhões
A Bradesco Seguros também foi destaque no ano. Não porque tenha realizado um único grande negócio, mas fez diversas aquisições de menor porte. Além disso, se destacou como grupo nacional, entre tantas aquisições feitas por estrangeiros.
Em abril, a Bradesco comprou 51% da Indiana Seguros, pertencente à família Afif Domingos. Em outubro, a empresa fechou uma joint venture com a norte-americana Prudential. Em novembro, adquiriu a União de Seguros, privatizada pelo governo do Rio Grande do Sul. Além disso, a compra do BCN pelo Bradesco trouxe junto a seguradora BCN.
Segundo dados da Susep (órgão do governo que fiscaliza o setor), de janeiro a outubro a receita do setor cresceu 22,87% em relação ao mesmo período de 96, atingindo R$ 15,2 bilhões.

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