São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

Nhac
Ele encarna a figura do vilão para a classe média e não se espanta com os inimigos que tem cultivado na vida pública. Everardo Maciel (foto), secretário da Receita Federal, tem como frase de cabeceira a máxima do homem que inventou o Imposto de Renda no século 18, o inglês Edmund Burke: cobrar impostos e agradar é uma virtude que Deus não concedeu aos mortais. Na pele do "leão", ele compra boas brigas e perde algumas, como a que protagonizou com os tucanos na hora de aprovar o pacote econômico. Apesar do bom humor, sabe que a Receita não é um lugar divertido, mas de trabalho duro, em que contrariar interesses faz parte da rotina.
*
Quando a conta não fecha...
Deve-se trabalhar mais e melhor.
Como amansar o leão?
Pagando o que se deve e cumprindo as obrigações.
Que crime compensa?
Nenhum -antes mesmo da punição, o criminoso é vítima de si mesmo.
Bicada de tucano dói mais que mordida de leão?
Bom cabrito não berra.
Sacoleiro tem alça?
Tem alça de mira.
Todo colarinho é branco?
Só os que passaram por lavagem -de dinheiro.
Ser classe média é ...
Um cidadão sujeito a tombamento, por tratar-se de um animal em extinção.
Que cabeleira resiste a um pente fino?
A dos calvos.
Muamba pode dar samba?
Pode dar rima pobre e, às vezes, cadeia.
Quem passa com luz verde na alfândega?
Pirilampo.
Qual a receita para escapar da Receita?
Não ler livros de culinária.
O que precisa levar uma sobretaxa?
A burrice.
Quem merece isenção?
Os pobres, inclusive de espírito.

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