São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 1997
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Bom comportamento

MELCHIADES FILHO

A notícia do final de 97 está no quadro ao lado desta coluna: apesar das previsões catastrofistas, o desfalcado e envelhecido Chicago Bulls regressou ao topo da NBA.
Com 19 triunfos em 28 jogos, o supercampeão dos anos 90 já encabeça a Conferência Leste, com a terceira melhor campanha entre os 29 times.
Michael Jordan ostenta ótimas médias de 27,3 pontos, 6,9 rebotes e 3,7 assistências.
Toni Kukoc, empurrado pela ausência de Scottie Pippen, também vai bem -14,4 pontos, 4,4 assistências e 4,1 rebotes.
Mas o principal responsável pela ressurreição é o atleta que mais parecia desmotivado no início do campeonato.
A cinco meses de seu 37º aniversário, Dennis Rodman exibe a melhor fase desde que chegou aos Bulls, em 1995.
Na última semana (quatro jogos, quatro vitórias do Chicago), capturou 91 rebotes.
No sábado, contra o Atlanta, então líder no Leste, apanhou 29, seu recorde no time.
Pelo sétimo torneio consecutivo, ele surge como o reboteiro da NBA (média de 15).
Inédita na história, a proeza é mais impressionante ainda porque ele só atua 34 minutos por jogo -menos de três quartos- e não é gigante -possui 1,98 m, o mesmo que Jordan.
Mas o irrequieto ala-pivô tem mesmo surpreendido devido ao bom comportamento. Fez poucas faltas técnicas (acho que só quatro). Ainda não foi expulso.
Rodman credita o sossego à franqueza do técnico Phil Jackson, que "me trata como homem, não como doido".
As más línguas dizem que foi convertido pelo novo contrato, que paga milhões de dólares caso ele não arranje encrenca.
"Não me importa o porquê. É o nosso melhor jogador neste mês", atesta Jordan.
E as coisas para os Bulls só devem melhorar. Recuperado de contusão e, parece, conformado com a situação contratual, Pippen volta em 15 dias.

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