São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997 |
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Time queniano desafia ego brasileiro RODRIGO BERTOLOTTO RODRIGO BERTOLOTTO; JOSÉ ALAN DIAS
Duas táticas de corrida serão aplicadas hoje na 73ª edição da corrida de São Silvestre. Os quenianos, favoritos graças aos resultados obtidos em provas de média e longa distância, correrão em grupo, tendo como referência o bicampeão Paul Tergat. Filosofia oposta à dos brasileiros, que tentam superar os 15 km da prova e o forte calor -previsão de cerca de 32°C- correndo "cada um por si". "Na noite anterior à prova, vamos conversar sobre o que fazer. Essa é minha estréia, e vou querer correr com meus compatriotas", disse o queniano Joseph Mereng, um dos quatro representantes do país na prova masculina, que começa às 17h. Paul Tergat, 27, não descarta a "proteção" de seus compatriotas. "Algumas vezes treinamos juntos e participamos das mesmas provas. Então, passo algumas dicas. Se correm a meu lado, é por que tenho mais experiência." Já o brasileiro favorito na prova, Vanderlei Cordeiro de Lima, acha que entre os brasileiros um acordo de equipe não é possível. "Não dá para fazer corrida de equipe. Você define seu ritmo na prova, dependendo de como está se sentido. Não dá para se guiar pelos outros", disse Vanderlei, que, junto com cinco atletas iniciou sua preparação em setembro, na região de Campos do Jordão. Os dois representantes da Etiópia, Worku Bikila e Fita Bayesa, este último vice-campeão em 93, também optam pela tática à brasileira. "Com apenas dois corredores não dá para pensar em corrida de equipe. Vou correr junto aos que têm chance de vencer. Entre eles, certamente estarão os quenianos", disse Bayesa. Nesta edição da São Silvestre, uma equipe tradicional nos anos 90 vai ficar de fora: a mexicana. Italianas Décima colocada em 1996, a italiana Rosana Munerotto será a guia de sua companheira Silvia Sommaggi, estreante. Elas estabeleceram que farão a prova juntas. Para Viviany Anderson, vencedora da última maratona de São Paulo, essa atitude é impensável quando se trata das brasileiras. Ela criticou o clima de competição entre as atletas nacionais. "O atleta brasileiro é muito individualista. No feminino, é ainda pior. Não tem acordo. Os quenianos não são assim", disse. Com as ausências de Carmem de Oliveira e Roseli Machado (campeã do ano passado), Vivany carrega as maiores expectativas entre as competidoras nacionais. "As corredoras aqui são muito vaidosas. Não aceitam perder." LEIA MAIS - sobre a São Silvestre à pág. 3-14 Próximo Texto: Desistência marca prova Índice |
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