São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997 |
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Lusa negocia Rodrigo e detona conflitos
ARNALDO RIBEIRO
Antes de jogar no clube espanhol, Rodrigo será emprestado durante um ano e meio ao Flamengo, numa negociação que envolveu também os jogadores Sávio, que foi para o Real, e Zé Roberto, que veio para o Flamengo. A transação de Rodrigo acabou detonando conflitos envolvendo a Lusa, um interno e outro externo. O Deportivo La Coruña, da Espanha, por exemplo, já recorreu à Fifa, alegando que tem um pré-contrato assinado pelo jogador (leia texto abaixo). Internamente, o presidente da Lusa, Manuel Gonçalves Pacheco, terá que se explicar ao Conselho de Orientação Fiscal (COF) do clube, que estipulara o passe de Rodrigo em US$ 15 milhões ou US$ 11,25 milhões limpos para a Lusa. Valendo-se de uma carta de prioridade, o Real depositou ontem "só" US$ 8,5 milhões na conta da Lusa e US$ 1,5 milhão na de Rodrigo, segundo o avô do jogador, presente na negociação. "Só aceitaremos a negociação se o presidente cumprir com o que foi acordado: US$ 11,25 milhões limpos em, no máximo, quatro parcelas, sendo que US$ 6 milhões seriam destinados ao estádio, e US$ 1 milhão ao Centro de Treinamento", disse Antônio de Almeida e Silva, presidente do COF. Segundo ele, Pacheco teria que completar a quantia estipulada pelo COF. O presidente tem dois argumentos para tentar convencer o COF. O primeiro deles é que o Real pagou US$ 500 mil atrasados ainda referentes à venda de Zé Roberto. O segundo é que o Flamengo cedeu dois atletas à Lusa: o volante Bruno Quadros, por empréstimo, e o meia Evandro, em definitivo. "Não tenho nada a ver com essas negociações. Estou contente. Tudo o que eu queria era ficar no Brasil, perto da seleção. Jogar no Flamengo é demais", disse Rodrigo. O jogador espera vestir a camisa 10, que foi de Zico. "Ele sempre foi meu grande ídolo. Jogar com a camisa dele para uma torcida como a do Flamengo me motiva muito." Rodrigo disse que fez o possível para não sair brigado com a Lusa, mas deixa o clube magoado com o presidente Pacheco. O dirigente teria obrigado sua mãe, Aparecida Fabri, a assinar recentemente um compromisso com o La Coruña. O jogador se apresenta ao Flamengo na terça-feira. Sua estréia está marcada para o dia 17. No contrato do jogador com o clube, existe uma cláusula em que o Real Madrid se responsabilizaria pelo pagamento de seu salário, caso o Flamengo não consiga arcar com o compromisso. Rodrigo ficará noivo hoje da prima Fabíola Fabri. Texto Anterior: Guru ideal; Meu garoto!; Só perguntando Próximo Texto: Clubes negam compra de Marcelinho Índice |
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