São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 1997
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A fala do Koff e a especialidade do Guardiola

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, aos poucos começa a se formar o consenso pela modernização no futebol brasileiro.
Em entrevista publicada ontem pela Folha, Fábio Koff, ex-presidente do Grêmio e, como FHC, candidato à reeleição no Clube dos 13, reconhece que "nos próximos dois anos vão ocorrer mudanças profundas no futebol brasileiro, como a criação da liga dos clubes e a introdução do passe livre".
Koff vai além. Diz que na negociação dos clubes com as redes de televisão "de um lado da mesa você tem o dirigente do clube, um amador, e de outro, um profissional altamente qualificado".
(O mesmo se poderia dizer no processo de negociação dos clubes com as respectivas empresas patrocinadoras.)
O Clube dos 13 é fruto de um casuísmo das deficiências organizacionais do futebol brasileiro. Que Koff tenha consciência da necessidade da criação da liga, significa que algo está mudando neste país.
Túlio, no "Roda Viva", também manifestou uma consciência clara, dificilmente encontrada entre os jogadores, do caminho a ser seguido.
Os que estão se opondo à modernidade do futebol começam a ficar isolados, apesar de a força política estar concentrada basicamente em suas mãos.
Mas algo começa se mover.
*
A dupla brasileira se impôs à dupla balcânica no confronto do Barcelona contra o Real Madrid, pela Copa do Rei.
Tudo indica que a história do confronto entre esses dois maravilhoso times será escrita na tinta da alternância, sem o predomínio de uma ou de outra na sequência de jogos.
Veja que bom: na Copa do Rei, os dois se medem no sistema mata-mata, valendo o confronto direto.
No Campeonato Espanhol, além do confronto direto, os dois medem as suas forças também na comparação da performances ao longo de uma série de confrontos com os outros times da primeira divisão.
O grande time é testado nos dois sistemas de competição. Além de justo, o duplo sistema acaba sendo mais envolvente.
Aqui, no Brasil, quase todas as fórmulas caminham para o mata-mata, uma vez que se difundiu o mito de que o torcedor brasileiro só gosta da emoção do tudo ou nada.
Quando penso sobre a questão, lembro-me daquele famoso comercial: o produto tal vende mais por que é fresquinho ou é fresquinho por que vende mais?
Falta público nos estádios para jogos não decisivos por que o público não gosta do sistema ou por que os campeonatos são mal programados, mal organizado, com calendários malucos etc. etc. etc.?
*
Repare que Guardiola, do Barça, especializou-se em uma jogada altamente efetiva.
Tem sido assim nessa temporada, e foi assim no gol do Ronaldinho, o primeiro do Barça.
*
Com Viola ou com Luizão, a coisa ficou difícil para o Palmeiras no Rio-SP. A diferença a ser tirada é muito grande.
Já para o São Paulo...

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