São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 1997
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Faltas superestimadas; Maledicência; Blitz; Cara-de-pau; Tarefa inglória; Avaliações; Desobediência civil; Banquete; Desafio; Não agradou

Faltas superestimadas
"A respeito da publicação Olho no Congresso e dos registros numéricos nela apresentados:
1 - o número de faltas a mim atribuído está superestimado em 70%. O número apresentado é o de 34 faltas, mas o número efetivo é o de 20 faltas, utilizando-se o critério de cálculo estabelecido pela própria Folha: ausências sem justificativa e licenças por 'interesse particular'.
2 - por que o erro? Provavelmente porque a reportagem não procurou nos diários do Senado os registros das licenças devidamente autorizadas que a própria Folha não considera como faltas. Por exemplo, na segunda semana de dezembro ausentei-me do país para comparecer à importante reunião da Organização Mundial do Comércio, em Cingapura, como membro da delegação brasileira.
O caderno contabilizou, erradamente, como faltas as ausências nesse período. Além disso, estranhamente, o caderno contabilizou a sessão extraordinária de julho, mas não a da segunda quinzena de dezembro.
3 - devido ao mesmo erro, a reportagem assinala como falta minha ausência em algumas votações, como a do 'rito sumário', quando eu estava na reunião da OMC.
4 - em relação às faltas efetivas, 20 (se utilizarmos o critério da própria Folha), é óbvio que a causa foi minha candidatura a prefeito de São Paulo, que reteve-me a maior parte do tempo na cidade entre junho e outubro. Face a essa campanha, aquele número perde significado. Na ocasião, doei meu salário de setembro, mês que representou o pico da campanha, a uma entidade beneficente (creche) de São Paulo. Em julho, devolvi ao Senado uma remuneração correspondente à sessão extraordinária desse mês."
José Serra, senador pelo PSDB-SP (Brasília, DF)

Maledicência
"Lamentando a desinformação e a maledicência da notícia publicada na coluna 'Painel' da edição de 30/1, informo que, ao contrário do que foi veiculado, votei a favor da emenda da reeleição seguindo não só a orientação da Igreja Universal, mas também a do meu partido, cujos princípios coincidem com a minha convicção pessoal e contemplam o anseio da maioria da população brasileira."
Luiz Moreira, deputado federal pelo PFL-BA (Brasília, DF)

Blitz
"Chocante. É somente esse adjetivo que encontro para a sensação provocada pelo flagrante de agressão a um adolescente, registrado pela Folha.
Será que o mesmo empenho usado para a reeleição não poderia ser usado para proteger nossas crianças?"
Telma de Souza, deputada federal pelo PT-SP (Santos, SP)
*
"Espero que a exagerada e sensacionalista reportagem sobre a blitz contra drogas na rua Amaral Gurgel (31/1) não seja causa de punição dos policiais envolvidos e, principalmente, não reduza a presença da Polícia Militar na região, onde diariamente dezenas de mulheres que dirigem seus veículos desacompanhadas são vítimas de assalto nos semáforos por esses menores infratores.
É lamentável que a reportagem nunca tenha denunciado ou flagrado a atuação dos menores, colaborando, assim, com a defesa dos direitos das cidadãs."
Ester Suzana Corrêa (Santos, SP)
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"O repórter fotográfico Moacyr Lopes Junior revela, com coragem e competência, a incontestável verdade de nossos dias.
É duro acreditar que apesar desse jornalismo arrojado, investigativo e denunciativo a truculência continue desesperando nossas vidas.
Enquanto isso, os verdadeiros bandidos continuam fabricando reeleições. Parabéns, Folha!"
Paulo de Tarso Moroni (São Paulo, SP)

Cara-de-pau
"De todas as justificativas dos vira-casacas (30/1), a mais impressionante foi a do deputado Nilson Gibson.
Demonstrou surpresa em ter votado a favor da reeleição, reafirmou ser contra e, com a maior cara-de-pau, tentou emendar: 'Acho que votei errado, mas 'não tinha nem reparado'.
Das duas, uma (ou as duas): ou o deputado acha que somos todos idiotas ou é um político incompetente, já que é incapaz de distinguir o sim do não.
Por favor, senhor Gibson! Não menospreze a inteligência dos brasileiros e tenha a coragem de assumir que virou a casaca."
Sérgio Kasten (Joinville, SC)
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"Chega a ser interessante o grau da 'distração' afirmada pelo deputado Nilson Gibson (30/1) ao votar a favor quando era contra.
Certamente a distração deve ser coisa de sangue, que remonta ao próprio nascimento. Só não acredito que se distraia ao conferir o contracheque."
Amadeu Peloggia Filho (Taubaté, SP)

Tarefa inglória
"É duro ser petista.
Primeiro, foi a participação da Erundina no governo Itamar-Collor. Aí veio o 'PT que diz sim'.
Depois tivemos o caso Vaccarezza. Agora o PT vai votar no Prisco Viana.
É demais para a minha cabeça!"
José Loiola Carneiro (São Paulo, SP)

Avaliações
"Excelente o caderno especial que a Folha publicou com a avaliação de deputados e senadores. Pena foi constatar tantos faltosos.
Pior então foi verificar que muitos ilustres deputados e senadores não apresentaram, em dois anos de Casa, sequer uma proposta ou emenda constitucional ou um projeto de lei, e outros tantos votaram contra propostas de grande interesse nacional.
Aliás, o mais cara-de-pau mesmo me parece ser o deputado Lindberg Farias, que esqueceu dos jovens estudantes que o elegeram e votou contra a proposta do Fundo da Educação."
Fadel David Antonio Neto (Rio Claro, SP)

Desobediência civil
"Sem o espaço que os totalitários (ditos 'progressistas') ocupam na mídia, não podemos demonstrar o fundo nazista dos argumentos com que Darcy Ribeiro e Marcelo Coelho defenderam a 'doação' compulsória de órgãos.
A estatização do corpo humano -como bem definiu Antonio Ermírio de Moraes- precede a estatização das mentes.
Correremos para o cartório em desobediência civil."
Luiz Nazário (São Paulo, SP)

Banquete
"Pra quem sempre gostou de buchada de bode, o nosso presidente poderá ter problemas gástricos com as especialidades que o 'chef' de cozinha francês Claude Troisgros vai elaborar durante a sua estada em Petrópolis.
Cuide-se, presidente."
Wilcido Alves Cruz (São Paulo, SP)

Desafio
"Lanço um desafio à Folha: só aceitar anúncios de empresas que oferecem empregos desde que as mesmas se comprometam a responder aos que enviam currículo, justificando o motivo do não aproveitamento do candidato, caso não seja aprovado na seleção."
Ismael Soares (São Paulo, SP)

Não agradou
"Pelo que vi em Águas de Lindóia e nos jogos, esse tal Túlio é um enganador: malandro carioca não serve para vestir a camisa e a raça corintianas."
Luiz Carlos de Souza Morais (Águas de Lindóia, SP)

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