São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Para economistas, reeleição não é panacéia
ANTONIO CARLOS SEIDL
Economistas ouvidos pela Folha vêem dois efeitos da reeleição no cenário econômico: agravamento dos déficits público e comercial e facilidade para a obtenção de recursos externos. Isso, afirmam, coloca o governo diante de um "dilema cambial": ou consegue um avanço simultâneo na reforma administrativa e na privatização, para reduzir o déficit fiscal, e nas exportações, para reduzir o déficit comercial, ou recorre a uma "paulada" (desvalorização acentuada do real) no câmbio. Armadilha Antonio Correa de Lacerda, presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo) diz que o cenário de reeleição contribui muito pouco para a redução do déficit interno. "O ajuste deste ano se dará por conta do nível de atividade, diante da armadilha cambial. Isso tem um efeito benéfico sobre a inflação, mas por outro lado engessa a política econômica", afirma. Lacerda acha que o governo deveria "investir" na reforma administrativa, para combater o déficit público, e nas privatizações, porque além do efeito demonstração importante no cenário externo, representa dinheiro para abater o déficit público. Ferramentas Para Lacerda, a manutenção da estabilidade econômica é uma "corrida contra o tempo" e os elementos citados acima são boas ferramentas para vencer essa corrida. "Com a possibilidade de reeleição, o fluxo externo de capitais vai continuar positivo, evitando um desequilíbrio a curto prazo, mas uma análise mais a fundo revela que estruturalmente a situação é muito precária", afirmou o economista. Preocupações O economista Odair Abate, do Lloyds Bank, diz que as reformas Texto Anterior: A maioridade de d. Pedro 2º saiu em 1840, a de FFHH, em 1997 Próximo Texto: Lerner lamenta expulsão de Dante Índice |
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