São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Pilotos da Indy fazem 'lição de casa'
FÁBIO SEIXAS
Após uma sessão de treinos ou mesmo uma prova, os pilotos "carregam" seus computadores pessoais com dados da telemetria. Mais tarde, em casa ou no avião, eles procuram avaliar o que aconteceu com o carro e o que pode ser alterado em outra oportunidade. "Meu acesso à telemetria é total. Gosto de fuçar os dados e descobrir coisas", disse André Ribeiro. Outro brasileiro, Gil de Ferran, da Walker, também é do time de pilotos que levam os dados da telemetria no próprio computador para fazer "lição de casa". "Isso me ajuda a entender melhor o que acontece com o carro. Algumas coisas que eu vejo, acabo discutindo com a equipe. Outras, guardo para mim", afirmou. A quantidade e a precisão dos dados obtidos pela telemetria variam de acordo com o poderio financeiro das equipes. Em um carro de uma categoria de base, como a Indy Lights, há cerca de 18 sensores de telemetria. Na equipe Tasman de Indy, entre sensores e indicadores do painel, é possível obter 71 informações diferentes sobre o funcionamento de um único carro. Entre os dados com os quais a equipe trabalha estão força de gravidade traseira e dianteira, aceleração e frenagem. Durante a corrida, a equipe pode saber detalhes como qual marcha o piloto está utilizando em determinado ponto do circuito. Em um acidente, a equipe tem maneiras de saber se o piloto acelerou demais no momento errado ou freou quando não devia. Durante um teste de Indy, como o Spring Training, que terminou ontem, cada equipe leva três monitores para a beira da pista. Uma tela indica a posição e os tempos obtidos por todos os pilotos, outra mostra os dados gerais da telemetria, e uma última, o gráfico de aceleração. É comum ver engenheiros de pista analisando esse gráfico, composto por duas variáveis: velocidade por pés (30,48 cm). Essa terceira tela ainda traz os dados mais vitais da telemetria, como comportamento das molas e pressão do combustível. Apesar de toda a parafernália tecnológica, a atuação do piloto ainda é vital. Durante os testes preparativos para esta temporada de Indy, por exemplo, Raul Boesel vem tentando se adaptar a acionar o freio com o pé esquerdo, como faz seu companheiro de equipe, Scott Pruett. "É uma maneira de ganhar mais tempo. Em curvas de ovais, posso manter um pé no acelerador e dar alguns toques no freio. O esforço vale a pena" (FÁBIO SEIXAS) O jornalista Fábio Seixas viaja aos EUA a convite da Brahma Texto Anterior: Esporte alternativo é opção para os 'tranquilos' Próximo Texto: Graxa X Computador Índice |
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