São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Flats e cooperativas fazem a diferença
OSCAR RÖCKER NETTO
Os primeiros, por trazerem de volta ao mercado o pequeno e médio investidor. As cooperativas por terem marcado tanto terreno que, sem elas, o desempenho de 1996 teria sido inferior ao de 1995. Em números, as cooperativas representaram 43 lançamentos, 40% das unidades lançadas, 20% do volume de vendas, 35% do total de m2 lançados. "Sem as cooperativas, o mercado teria sido pior do que em 1995", diz João Freire D'Avila, 38, diretor da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações, empresa responsável pela pesquisa publicada com exclusividade pela Folha. O volume de vendas em 96 na Grande São Paulo foi de R$ 4,32 bilhões, 25% superior ao de 1995. Baixo O bom desempenho das cooperativas se deve ao baixo custo dos imóveis comercializados por meio do sistema. Na prática, trata-se de um grupo de pessoas que se reúnem, compram um terreno e constroem o imóvel. Empresas assessoram e administram as cooperativas, que contratam uma construtora para fazer a obra. Em 96, o preço médio das unidades em cooperativa foi de R$ 42 mil, e a área útil, 57 m2 -menos da metade de unidades "normais". Na zona sul de São Paulo, por exemplo, o preço médio de um apartamento com mesma área é de cerca de R$ 90 mil. "As cooperativas possibilitaram o acesso ao imóvel da classe C, já que existem mensalidades a partir de R$ 200", diz Celso de Sampaio Amaral Neto, 36, outro diretor da Amaral D'Avila. "São uma substituição da falta de política habitacional para a baixa renda", diz Walter Lafemina, 50, presidente em exercício do Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias). Para Rubens Dario Conde, 47, advogado da Inocoop (assessoria de cooperativas), a tendência é o crescimento, desde que se mantenha a estabilidade da economia. É que a base financeira da cooperativa é frágil, depende fundamentalmente do que os cooperados pagam ao sistema. Se a inadimplência aumenta, por exemplo, é necessário que o "buraco" seja coberto pelos outros cooperados. Flats Já os flats voltaram com tudo em 96. Eles estavam foram do mercado desde 1989. O que foi lançado (2.512 unidades), foi vendido. A construtora Inpar, por exemplo, lançou quatro -um deles, com 314 unidades, vendido em 15 dias. Segundo Gerson Bendilati, 39, diretor de incorporações da empresa, os flats interessam ao pequeno e médio investidor. Texto Anterior: Construtoras entram no setor de baixa renda Próximo Texto: Preço baixo atrai cooperados Índice |
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