| São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Eles estão de volta Depois de até 20 anos da estréia, cantores voltam a vender milhares de discos e a fazer shows lotados, provando que o sucesso pode acontecer duas vezes Se você se desligou do mundo há 10 ou 20 anos, pode botar os pés no chão sem medo. Ligue o rádio e ouvirá os mesmos Lulu Santos, Tim Maia, Jorge Ben Jor e Fernanda Abreu, de pelo menos dez anos atrás, o dia todo. Com estilo diferente ou com a fórmula de sempre, eles voltaram a ganhar discos de ouro (com mais de 100 mil cópias vendidas) e a lotar estádios nos anos 90. O cantor e guitarrista Lulu Santos, por exemplo, que decolou na década de 80 tocando "pop", hoje reina com "dance music". Ele, que já chegou a se declarar em vias de extinção, vendeu 800 mil cópias do disco "Eu e Memê, Memê e eu", lançado em 95 -quase disco de diamante( 1 milhão de cópias), maior prêmio concedido pela Associação Brasileira de Produtores de Discos. Sucesso nas pistas de dança, a ex- Blitz Fernanda Abreu, 35, também voltou com tudo. Em 84, ela participava do auge da banda que terminaria dois anos depois. Foi vendido mais de 1 milhão de compactos do hit "Você Não Soube Me Amar". "Recebi convites de gravadoras, mas não aceitei porque ainda não tinha consistência, tinha de amadurecer meu trabalho", diz Fernanda, que ficou quatro anos sem gravar. Hoje, com estilo renovado, já lançou três CDs. O último, "Da Lata", foi disco de ouro, com 126 mil cópias vendidas, em 1995. "Agora estou construindo uma carreira mais sólida", diz ela, que prepara mais um CD para maio. Mas o maior fenômeno na onda do "revival" foi Jorge Ben Jor, 49, que voltou ao sucesso em 93, após 30 anos de estréia. Mesmo sem o apoio das rádios no início, Ben Jor caiu na graça dos adolescentes e vendeu 235 mil cópias do seu 28º disco, "23", naquele ano. O sucesso de "W/Brasil", de Ben Jor, e a reverência a cantores velhos conhecidos contribuíram também para a volta de Tim Maia. Em 1994, ele chegou a vender mais discos (254 mil) que a Xuxa ( 167 mil), e a música "Não Quero Dinheiro" foi hit do verão 93/94. Entre aparições e sumiços, o rei do "funk soul" nunca deixou de gravar em 26 anos de carreira. "Ninguém deixou de ouvir Tim Maia", diz. Com gravadora própria, a "Vitória Régia", lançou no final de 96 "What a Wonderful World" e "Tim Maia & Os Cariocas". Texto Anterior: O SOM CARIOCA DOS PAULISTAS Próximo Texto: Dançando com a nova geração Índice |
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