São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Campanha aberta; Maquiagem reeleitoral; Tucano deslumbrado; Roubando a cena; Corrida interna; Voracidade por cargos; Filosofia malufista 1; Filosofia malufista 2; Longo prazo; Estratégia Garrincha; Questão de prioridade; Descontado o blefe; Purgatório brasiliense; Novo flerte; Haja reeleição; Gota no oceano

Campanha aberta
FHC quer visitar neste ano 20 projetos dos 42 do "Brasil em Ação". Pediu a Sérgio Amaral que cobre os ministros e monte a agenda. Prioridade da comunicação: inauguração de obras e ações do Comunidade Solidária.

Maquiagem reeleitoral
O Comunidade Solidária deve sofrer mudanças em março. O Planalto quer menos programas e mais resultados. Acha que os recursos estão sendo pulverizados. Sem resultado aparente. No caso, aparência é fundamental.

Tucano deslumbrado
O Planalto já detectou um problema de relacionamento no ministério. Embriagado com seu sucesso como operador da reeleição, Serjão está dando uma de 1º ministro. Dispara ordens para os colegas a torto e a direito.

Roubando a cena
Um tucano próximo a FHC já prevê: "O presidente terá que dar um sossega leão no Serjão. Ele tá muito senhor de si. Acha que é o dono da cocada preta e que pode mandar no ministros".

Corrida interna
Apesar de Kandir (Planejamento) dizer que há recursos, outros ministros afirmam que faltará dinheiro para todos os 42 projetos do "Brasil em Ação". Quem fizer seu programa andar primeiro, será ajudado por FHC.

Voracidade por cargos
Quatro grupos pressionam FHC a fim de poderem ocupar o Ministério dos Transportes na reforma da reeleição: o PSDB mineiro e três alas do PMDB (a gaúcha, a mineira e a paulista).

Filosofia malufista 1
Como o racha do PPB na reeleição sinaliza que metade do partido deve apoiar FHC em 98, Maluf trata com desdém a necessidade de ter uma sigla unida: "Você pode comprar o deputado, mas não compra o eleitor".

Filosofia malufista 2
De Maluf, sobre o futuro dos deputados seduzidos por FHC para votar pela reeleição: "Você acha que o presidente pode ter apreço por gente que ele cooptou por meios não revelados?".

Longo prazo
O Planalto retoma a tramitação da reforma política na reabertura do Congresso, mas não é para valer. A idéia é deixá-las para o final, depois das reformas econômicas, como o coroamento do primeiro mandato de FHC.

Estratégia Garrincha
Exigência feita pelos senadores do PMDB para votar a reeleição, a fidelidade partidária deve ser a pedra de toque da reforma política de FHC. Será a garantia de uma base política estável ao longo do segundo mandato.

Questão de prioridade
O Ministério da Educação estava autorizado pelo Orçamento de 96 aprovado pelo Congresso a gastar R$ 10,6 mi em programas de erradicação do analfabetismo. Cancelou R$ 9,5 mi. E usou efetivamente R$ 49,6 mil.

Descontado o blefe
No fim-de-semana, o caderno de Serjão marcava 272 votos para eleger Michel Temer (PMDB-SP) presidente da Câmara. Como são esperadas 30 traições, ainda faltam 15 votos para garantir os 257 necessários.

Purgatório brasiliense
O governo dá duas chances para os parlamentares que quiserem pagar os pecados: votar em Michel Temer para presidir a Câmara e ampliar o placar da reeleição no 2º turno. Não ficarão ao lado de Deus Pai, mas poderão beijar o dedão do pé de FHC.

Novo flerte
Covas e Pitta têm encontro amanhã. Às 10h, no Palácio dos Bandeirantes, será criado o grupo de trabalho para fazer o anel rodoviário de São Paulo. Alcides Saldanha, ministro dos Transportes, também participará.

Haja reeleição
Em almoço ontem com empresários cariocas em Petrópolis, FHC riu do comentário do tucano Ronaldo Cezar Coelho: "D. Pedro 2º passou 40 verões aqui. O sr. só está no 2º verão".

Gota no oceano
A Prefeitura de Presidente Prudente (SP), do PSDB, inaugura no próximo fim-de-semana seu programa de renda mínima. Suplicy (PT) vai à cidade na sexta.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Antônio Sérgio Carneiro (PDT-BA), sobre os "métodos" usados pelo governo para conseguir a reeleição:
- Se o Brasil não quebrar agora entre o 1º e o 2º turno da votação da emenda da reeleição, não quebrará nunca mais.

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