São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Júnior x Luxemburgo

JUCA KFOURI

Quando jogavam no Flamengo, um era gênio, e o outro, seu reserva. Como técnicos, um está recomeçando, e o outro já é vitorioso.
Júnior e Wanderley Luxemburgo se encontrarão duas vezes nesta semana para decidir este surpreendentemente bom Torneio Rio-São Paulo.
O Flamengo corre atrás de seu segundo título no interestadual, campeão que foi apenas em 1961.
Já o Santos pode ser campeão pela quinta vez, pois ganhou sozinho em 1959 e 1963 e acompanhado em 1964 (pelo Botafogo) e em 1966 (por Corinthians, Vasco e Botafogo).
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O Flamengo de Júnior despachou o São Paulo (único dos oito participantes que jamais ganhou o Rio-São Paulo, coisa que a Portuguesa fez duas vezes) sem problemas.
Aliás, com uma porção de soluções, a começar pela seriedade, motivação e disciplina tática demonstradas. E a continuar pelo futebol absolutamente eficaz do baixinho Romário, ele é o parceiro ideal de Ronaldinho na seleção.
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Enquanto Júnior faz a cabeça de Romário e o mantém aceso, Valdir não faz os gols do São Paulo e não mostra, para ajudar Muricy Ramalho, a mesma eficiência que teve para derrubar Carlos Alberto Parreira.
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Flamengo e Santos repetirão a final do Campeonato Brasileiro de 1983, quando o rubro-negro perdeu no Morumbi (1 a 2) e ganhou no Maracanã (3 a 0), saindo campeão.
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Wanderley Luxemburgo foi o último campeão do Rio-São Paulo, em 1993, disputando a final contra o Corinthians, mesmo com o misto do Palmeiras.
Também ele deu uma nova feição ao Santos, que, se vencer, passará a ser o clube com o maior número de títulos do torneio -o Corinthians também venceu quatro vezes, três vezes sozinho.
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Para derrubar o Palmeiras, Zetti bastou. Para superar o Flamengo, o Santos precisará de alguém que defina, que faça gols, mais para Romário que para Valdir.
Seja como for, o Santos aparece como a melhor surpresa do torneio, e o São Paulo está em vias de virar apenas a quarta força do futebol paulista (e olhe lá).
Pelo menos até que o Morumbi esteja pronto, por mais que a direção tricolor insista em dizer que uma coisa nada tenha a ver com a outra.

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