São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Siderúrgica investe em rede rápida

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um dos objetivos da privatização de empresas do setor siderúrgico era recuperar sua capacidade de investimento em modernização.
Pelo menos na Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), situada em Cubatão (SP), esse objetivo está sendo atingido.
A Cosipa está investindo US$ 691 milhões na modernização de seu parque industrial até 1998.
Dentro desse investimento, está incluída a implantação de uma rede de dados que interligará todos os 49 prédios da usina, utilizando a tecnologia ATM (Assynchronous Transfer Mode).
A rede corporativa da Cosipa tem capacidade para transmissão de 622 Mbps (megabits por segundo), englobando 37 km de cabos de fibra óptica, que conectam 11 servidores e 890 micros.
Chance do atrasado
"A empresa ficou muito tempo sem investir em seu sistema de informática", diz Manoel Jayme Nunes, superintendente de informática da empresa.
"Se por um lado isso é ruim, por outro nos permitiu aproveitar a chance do atrasado."
Segundo ele, a escolha do ATM para basear uma rede desse porte é um risco calculado que a Cosipa está assumindo.
"O ATM ainda não está totalmente padronizado; existem equipamentos de diversos padrões que não conversam uns com os outros. Mesmo assim, resolvemos adotá-lo, por representar o que há de mais moderno em termos de transmissão de dados", afirma o superintendente de informática.
Segundo Nunes, havia a possibilidade de construir a rede baseada em FDDI (Fiber Distributed Data Interface), tecnologia de comunicação por fibra óptica mais utilizada pelas empresas.
O problema é que tal opção limitaria a capacidade de transmissão a 100 Mbps, inviabilizando alguns projetos de tornar a rede uma ferramenta de trabalho em grupo.
Rede de CAD
Um dos projetos da empresa é criar uma rede de CAD, permitindo que seus engenheiros atualizem seus desenhos industriais e trabalhem sobre eles de forma compartilhada.
Outro objetivo é colocar na rede informações sobre o funcionamento de setores automatizados e centros de energia da siderúrgica.
Isso permitirá que técnicos façam o monitoramento, controlem e ajustem os equipamentos à distância, utilizando qualquer micro ligado à rede.
"Há também a possibilidade de integrar voz e vídeo dentro da rede, mas, por enquanto, isso não é economicamente viável", diz ele.
Outra grande mudança que a rede ATM deverá proporcionar é o reestruturação do sistema de informatização da empresa, que passará do mainframe (computador de grande porte com terminais burros) para um sistema cliente/servidor.
"O mainframe não democratiza a informação. Com a nova arquitetura, cada departamento terá seu banco de dados personalizado, o que facilitará a elaboração de relatórios e agilizará o processo decisório da empresa", diz Nunes.

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