São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Chirac vê Ieltsin e diz estar otimista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da França, Jacques Chirac, disse ontem estar impressionado com a recuperação de seu colega russo, Boris Ieltsin. Ele afirmou também estar otimista quanto à possibilidade de um acordo com a Rússia para a expansão da Otan aos países do Leste Europeu.
Os dois líderes se reuniram por três horas em uma casa de campo nos arredores de Moscou. O encontro foi o primeiro com uma personalidade política internacional desde que Ieltsin adoeceu, com pneumonia.
"Encontrei-o, como sempre, extraordinariamente bem informado sobre todos os problemas do mundo que discutimos juntos e muito duro na defesa dos interesse russos, o que é totalmente legítimo", disse Chirac.
Ieltsin foi submetido em novembro a cirurgia para implantação de cinco pontes de safena. A oposição tem afirmado que ele está doente demais para governar.
Ele parecia bem quando apareceu em frente à casa para recepcionar Chirac. Caminhava um pouco rígido, mas falava com voz clara.
Chirac levou a Ieltsin um pacote amarrado com uma fita branca, seu presente de aniversário. Ieltsin fez 66 anos anteontem.
Ele comemorou a data com a família. Recebeu visitas do premiê Viktor Tchernomirdin e do chefe de gabinete da Presidência, Anatoli Tchubais.
Um porta-voz do Kremlin afirmou que Ieltsin ficou "muito satisfeito" com o encontro.
Chirac disse que a aliança militar ocidental e a Rússia devem demonstrar respeito uma pela outra enquanto se prepara a conferência da Otan em julho.
A expectativa é que na cúpula de Madri antigos membros do Pacto de Varsóvia sejam convidados a ingressar na Otan. Chirac também pediu flexibilidade aos países do Leste Europeu.
A Rússia é contra a expansão da Otan, alegando que a entrada de seus antigos aliados no bloco militar liderado pelos EUA ameaça sua segurança.
O presidente francês disse acreditar que um acordo saia antes da cúpula de Madri.
A Rússia parece ter abandonado a posição de descartar totalmente a expansão da Otan. Moscou quer agora a garantia de que as estruturas militares da organização fiquem longe de suas fronteiras.
Em troca, pode oferecer seu apoio à passagem de algumas estruturas de comando da aliança dos EUA para países europeus.
Membros do governo russo têm afirmado que o país quer a assinatura de um tratado determinando a relação da Rússia com a Otan.
Washington e a maioria dos membros da aliança querem um documento com compromissos políticos informais.

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