São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Benazir diz temer fraude eleitoral

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto disse temer fraude nas eleições gerais de hoje. Ela disputa novamente o cargo de que foi destituída há três meses, sob acusações de corrupção e má administração.
Seu principal rival político, Nawaz Sharif, chefe da Liga Muçulmana do Paquistão, aparece como líder nas últimas pesquisas de opinião. Sharif foi primeiro-ministro até 1993, quando foi obrigado a renunciar, também sob acusações de corrupção e má administração.
As pesquisas de opinião apontam a emergência, como a terceira maior força na Assembléia Nacional, do partido regionalista do Movimento Mohajir Qaumi. O partido representa os muçulmanos que emigraram da Índia depois da separação dos dois países em 1947.
A ex-primeira-ministra recusou os dados das últimas pesquisas e declarou que não aceitará o resultado caso seja derrotada.
O jornal britânico "The Sunday Times" noticiou ontem que Benazir Bhutto pode pedir asilo político ao Reino Unido para não ter de enfrentar a Justiça.
Segundo o jornal, as autoridades paquistanesas poderiam desistir de abrir processo contra Benazir e seu marido, Asif Zardari, e permitir sua saída do país desde que a ex-primeira-ministra se comprometesse a abandonar a política.
A saída de Benazir e o cancelamento do processo evitariam o risco de agravar a crise política.
Benazir foi destituída do cargo pelo presidente Farooq Leghari dois anos antes do previsto para a conclusão de seu mandato.
Leghari nomeou um governo provisório cuja tarefa era determinar prazos para novas eleições e levar à Justiça os políticos e burocratas suspeitos de corrupção.
Simultaneamente à eleição para 217 cargos na Assembléia Nacional, os paquistaneses escolhem os representantes para as assembléias regionais de quatro Províncias.
Milhares de soldados e policiais foram mobilizados para garantir a ordem durante as eleições.
Observadores internacionais dos países da região, assim como da Europa, EUA, Austrália e Japão estão no país para supervisionar o processo eleitoral.
Esta é a primeira vez, desde a independência, que habitantes de tribos do Noroeste do Paquistão, ao longo da fronteira com o Afeganistão, terão direito a voto.
Segundo tradições islâmicas, apenas os anciãos dessas tribos escolhiam representantes para o Parlamento.
Agora, inclusive as mulheres das tribos conquistaram o direito de votar e de se candidatar aos cargos de representação.

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