São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Brasil tem maioria do investimento na AL

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil foi o país da América Latina que mais recebeu investimentos estrangeiros no setor produtivo em 96.
A estimativa, baseada em dados preliminares, é da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe). Considera-se que os investimentos estrangeiros em 21 países latino-americanos somaram US$ 30,835 bilhões em 96.
No levantamento da Cepal, com dados até novembro, estima-se que o Brasil teria recebido US$ 8 bilhões em investimentos diretos. O resultado final, divulgado no mês passado pelo Banco Central, foi de R$ 9,442 bilhões.
Em termos relativos, porém, pode-se dizer que o país recebeu menos investimentos que México e Argentina, as duas outras principais economias da região.
Os investimentos estrangeiros no Brasil foram equivalentes a 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país). No México, 2,7% do PIB, e na Argentina, 1,2%.
É claro que em países de PIB muito pequeno os percentuais tendem a ser mais altos. A Bolívia, que recebeu investimentos equivalentes a 6,5% de seu PIB, lidera a lista em termos relativos.
Crescimento
O fluxo de investimentos estrangeiros na região em 96 ficou 43% acima dos US$ 21,55 bilhões de 95. O maior aumento de ingresso de recursos externos aconteceu no Chile (177,78% entre 95 e 96).
Os recursos aplicados no Brasil foram superiores ao total aplicado nos demais países do Mercosul: US$ 3,610 bilhões -(US$ 3,2 bilhões na Argentina, US$ 220 milhões no Paraguai e US$ 190 milhões no Uruguai).
Para 97, o ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo, Francisco Dornelles, estima que os investimentos possam chegar a US$ 16 bilhões.
Um dos motivos que explica esse crescimento é a venda de empresas estatais (25% do total, segundo a Cepal). Esse foi o caso do Brasil, Nicarágua e, especialmente, Peru.
O estudo da Cepal destaca que os seguintes setores estão sendo considerados importantes pelos investidores estrangeiros: alimentos, serviços, obras de infra-estrutura e telecomunicações -este último o mais promissor.
O aumento no fluxo de investimentos estrangeiros se manteve mesmo depois da crise cambial do México em 95. Esse país, por exemplo, teve um aumento de 0,53% nos investimentos estrangeiros recebidos em 96.
Outro ponto importante, segundo a Cepal, é que alguns países da região estão adotando medidas para estimular o ingresso de capital de longo prazo. É esse o caso do Brasil desde 1995.
Além do Brasil e Chile, o ingresso de investimentos estrangeiros também cresceu muito na Venezuela (126,13%). Houve queda de investimentos em dois países em 1996: Costa Rica (69,23%) e Equador (31,91%).

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