São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Só o tempo dirá; Derrota irônica; Sem beligerância; Fim do prazo; Gato escaldado; Babel parlamentar; Soldado malufista; Desconfiança baiana; Sonho pepebista; Avaliação de danos; Sujeira cara; No mesmo saco; Jura de amor; Programa federal; Tirando o corpo; Última esperança

Só o tempo dirá
Reservadamente, Sarney diz que deixou uma bomba-relógio para FHC (ACM na presidência do Senado). Um frequente interlocutor de FHC faz uma previsão: em seis meses, ACM será o maior obstáculo ao governo.

Derrota irônica
Os peemedebistas Iris Rezende e Jader Barbalho reencontraram ACM, novo presidente do Senado, no começo da noite de ontem. Jader disse: "Cometemos um erro de avaliação. Não sabíamos que o sr. era tão querido".

Sem beligerância
ACM é agradecido ao apoio malufista na eleição do Senado. Cumprirá sua parte no acordo. Se Maluf disputar a Presidência da República em 98, não será hostilizado pelo senador baiano.

Fim do prazo
ACM havia prometido que não brigaria com ninguém até ser eleito presidente do Senado.

Gato escaldado
Em almoço ontem com Augusto Marzagão, o porta-voz Sérgio Amaral previu que o Brasil entraria agora em uma fase de tranquilidade. Ex-secretário de três presidentes, Marzagão afirmou: "Quando há paz no governo, há crise na imprensa".

Babel parlamentar
Ao chegar ontem à Câmara, Maria da Conceição Tavares (PT-RJ) admirou-se com a quantidade de bandeirolas dos candidatos a presidente da Casa: "Isso me lembra quadrilha".

Soldado malufista
De Ricardo Izar (PPB), sobre Zé Aníbal (PSDB) dizer que Maluf "procura meio-dia às duas tarde" e que se associou a duas derrotas após fazer o sucessor em São Paulo: "Há uma diferença fundamental. Na eleição do Pitta, quem votou foi o povo".

Desconfiança baiana
Um senador próximo a ACM diz que o pefelista tem uma desconfiança sobre quem teria votado em branco na eleição de ontem para a presidência do Senado: o tucano José Serra (SP).

Sonho pepebista
Já há deputados malufistas falando na chapa Maluf-Lerner para a eleição presidencial de 1998. Mas só falta combinar com o governador do Paraná.

Avaliação de danos
Dos fatores que contribuíram para a acachapante derrota de Iris Resende, os peemedebistas destacam um: Sarney. Não entrou com a cota prometida de votos na eleição do Senado.

Sujeira cara
A prefeitura paulistana deve lançar em março uma campanha contra o lixo. "Ela não vai ser nada simpática", diz o publicitário Nelson Biondi. As estrelas serão as multas: R$ 868 por jogar lixo na rua, por exemplo.

No mesmo saco
Brizola não quer nem ouvir falar no nome de Itamar como candidato das esquerdas em 98. Ainda não perdoou o ex-presidente pela privatização da CSN. Julgou a medida neoliberal.

Jura de amor
Vice-prefeito paulistano, Régis de Oliveira diz que não está saltitante com as dificuldades de Pitta na CPI dos Precatórios. "Isso é fofoca interna do PFL. Tenho uma relação de lealdade com o prefeito. Estou ao lado dele".

Programa federal
O Ministério da Saúde anuncia hoje que investirá neste ano R$ ,5 mi na criação de centrais de marcação de consultas e internações por telefone na rede SUS.

Tirando o corpo
João França (PMDB-RR) lançou suspeitas sobre os votos da esquerda, na eleição do Senado. Jader Barbalho (PA) disse que o PMDB também era suspeito de traição e manteve o acordo para dar a 2ª vice-presidência ao PT.

Última esperança
Para a esquerda, Michel Temer só perde a presidência da Câmara se Prisco Viana desistir. Avalia que seus votos iriam para Wilson Campos. Se não, Prisco pode ir ao 2º turno, mas os votos de Campos ficariam com Temer.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Vicentinho, sobre o jornalista Paulo Francis (morto ontem), que escreveu que daria no presidente da CUT "uma chicotada para ver se reage docilmente como escravo":
- Longe de mim desejar a sua morte. Eu até o perdôo por todo o mal que ele fez ao Brasil e a mim com o seu preconceito. Estou desconfiado que ele vai passar muito tempo no purgatório.

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