São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997 |
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FHC presidirá conferência que revisará a Eco-92
CLÓVIS ROSSI
A reunião de 92 ganhou o pomposo nome de "Cúpula da Terra", mas os compromissos então assumidos para preservar o meio ambiente mal saíram do papel. É o que fica claro em relatório emitido em Davos pelo Conselho da Terra, uma ONG (Organização Não-Governamental) criada justamente para acompanhar os desdobramentos da Eco-92. Além do anfitrião FHC, está prevista a presença, entre outros, do ex-presidente da então União Soviética, Mikhail Gorbatchev, do presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, e do diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Renato Ruggiero. Oitenta países mandarão representantes, além de 450 participantes de ONGs, instituições internacionais e empresários. A presença de Wolfensohn e de Ruggiero simboliza a crescente pressão das instituições internacionais para uma vinculação entre comércio e meio ambiente, tema discutido, de resto, na recente Conferência Ministerial da OMC, em Cingapura. "Precisamos lidar com esse problema, para assegurar que se mantenha o ritmo da globalização", repetiu em Davos sir Leon Brittan, uma espécie de ministro da União Européia para o comércio. A "Rio mais 5" fará uma revisão dos compromissos de 92 e iniciará a elaboração de uma "Constituição da Terra", uma "doutrina global que ajudará a guiar os esforços nacionais para o desenvolvimento sustentável", diz Maurice Strong, presidente do Conselho da Terra. Desenvolvimento sustentável é aquele que não compromete os recursos naturais. Cinco anos após a reunião do Rio, os números alinhavados pela ONG de Strong são desanimadores. Exemplos: 1,5 bilhão de pessoas vivem em cidades com ar perigosamente poluído; 13 dos 15 principais redutos pesqueiros no mundo estão em declínio; as emissões de dióxido de carbono, o principal fator para o aquecimento global, aumentaram entre 10% e 40% em muitos países em desenvolvimento desde 90. Texto Anterior: Modelo dos EUA é 'tóxico', diz sindicalista Próximo Texto: Lampreia vai ao Líbano e assina acordos Índice |
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