São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Finalistas do Rio-SP desaprovam regras

DA REPORTAGEM LOCAL

As regras inovadoras do Rio-São Paulo, que penalizam o excesso de faltas, com um tiro livre direto a partir da 15ª infração, dividiram os participantes do torneio.
Os técnicos finalistas da competição -Wanderley Luxemburgo, do Santos, e Júnior, do Flamengo-, por exemplo, desaprovaram totalmente as alterações, mesmo se considerando beneficiados por elas.
Para Júnior, o futebol praticado no Rio-São Paulo se tornou um "jogo para moças, onde ninguém pode encostar em ninguém".
Luxemburgo concorda. "A regra, que era para beneficiar o craque, acabou prejudicando o futebol. O craque, na verdade, está se jogando no corpo do adversário para cavar faltas. Isso também é antijogo ", disse.
Segundo o técnico do Santos, "existem outros modos de coibir a violência".
"Se os árbitros punissem as faltas com rigor, expulsassem os jogadores violentos sem fazer média, não haveria necessidade de limitar as infrações", disse.
Márcio Araújo, do Palmeiras, é outro treinador contra as novas regras. "Elas deturpam um pouco o sentido do jogo", disse.
Outro lado
Mas há também quem elogie as inovações.
"O futebol estava precisando de coisas novas, e as regras do Rio-São Paulo criaram uma nova motivação para os próprios torcedores, que voltaram a comparecer aos estádios", disse Muricy Ramalho, técnico do São Paulo.
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, também gostou das penalizações ao excesso de faltas.
"As novas regras melhoraram os jogos, mas, na minha opinião, são boas para torneios curtos, não para campeonatos longos, como o Campeonato Paulista", disse.
"Assim mesmo, irei enviar um relatório à Fifa, ressaltando os benefícios técnicos que as alterações provocaram no jogo em si", acrescentou.
Segundo Farah, que "aboliu" a barreira para o Paulista deste ano, a entidade deve testar outras inovações nos próximos anos.

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